Texto Anterior
|
Próximo Texto
| Índice | Comunicar Erros
Crítica Cinema Produções se apoiam em fórmula segura, porém saturada CÁSSIO STARLING CARLOSCRÍTICO DA FOLHA A concentração de estreias de documentários brasileiros pode até dar visibilidade e cativar o público para uma produção que ganhou corpo, diversidade e repercussão. No entanto, o volume à tona desse iceberg parece recusar riscos, apostando na suposta comunicabilidade imediata de temas recorrentes, como histórias da música popular e reconstituições de glórias do país do futebol. O combo de estreias revela que se o baixo custo do suporte digital amplificou a produção, o repertório segue refém da fórmula segura: filme de personagem, estrutura em depoimentos e abordagem politicamente correta. A reincidência de biografias sugere a crença inabalável na adesão do espectador aos relatos de vida. Personalidades como Zé Celso têm reconhecimento quase imediato e projetam uma aura romântica fortalecida por percursos associados à criatividade. Mas essa capacidade domina também trabalhos com questões mais objetivas. Mesmo quando passamos pela vida de mães presidiárias, quem fala é sempre o "eu eu eu" ao qual o documentário sobre Lewgoy refere-se com ironia. Ainda bem que temos Eduardo Coutinho para nos lembrar que é preciso reinterpretar o "real" para satisfazer a "demanda do real". Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress. |