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Réplica Nobre recorre à calúnia por me ver como "pedra no caminho" LUIS ROBERTO TRENCHESPECIAL PARA A FOLHA Em 5 de janeiro deste ano, a Folha publicou texto em que Marlos Nobre me faz mentirosas acusações. Recebi centenas de testemunhos de apreço e de confraternização, pois, graças a Deus, meu nome é muito melhor visto do que o de Marlos Nobre. E confesso que não me preocupa a repercussão no meio musical, pois a reputação nacional que granjeei me protege contra as investidas desse compositor, que, na atualidade, está boicotado no Rio. A verdade é que, em 20 anos como crítico, tendo escrito em 25 jornais e revistas do eixo Rio-São Paulo, do interior e de outras capitais, tornei-me conhecido por defender o compositor brasileiro. Tenho atuado nesse sentido também dentro do júri de música erudita do Prêmio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) e como consultor do governo do Estado no Prêmio Carlos Gomes, além de consultor de grandes maestros. Meu trabalho pela cultura no Brasil foi reconhecido pela Unesco. Fatalmente isso desagradará a certos excluídos, e Nobre, um destes, o qual não considero grande compositor, enviava-me cartas reclamando divulgação. Nunca lhe dei atenção, nem indicação a prêmios. Tendo-me como "pedra no meio do caminho", como no poema de Drummond de Andrade, recorre à calúnia e à infâmia. Mas não está sozinho nessa jogada, pois tenho certeza tratar-se de conluio contra mim do qual participam mais dois jornalistas da APCA, ligados a uma famosa revista. Endereço esta carta aberta aos leitores que desconheçam em profundidade a seriedade do meu trabalho e a "proverbial honestidade de crítico" (palavras do compositor Osvaldo Lacerda) que permeia meu apoio aos compositores. Aos que desconhecem a "polemicidade" do compositor Marlos Nobre, remeto a jornais dos anos 1980, como o "Jornal de Brasília" de 16 de dezembro de 1988: "No entender do jornalista Clóvis Senna, o ponto nevrálgico é a Fundação Cultural de Brasília, entidade poderosa nesse cenário por deter orçamento para realizações." "O governo do Distrito Federal está deixando implicações sobre o erário que já foi ressarcido, como o pagamento, por quase um ano, da suíte presidencial do Garvey Hotel de Nova York para a moradia do diretor da fundação." "Afinal, eles já são pagos pelos cargos que ocupam. [] Por causa disso é que muitas realizações já orçadas deixaram de ser feitas." A referência é a Marlos Nobre, que havia exercido o cargo. Sugiro que se pergunte aos compositores premiados pela APCA nestes 20 anos em que estou à testa se algum recebeu alguma proposta indecorosa. Estão todos eles no livro "APCA-50 anos de Arte Brasileira". Cito ainda, do clássico "História da Música no Brasil", de Vasco Mariz: "Marlos meteu-se em polêmicas que nada beneficiaram sua anterior boa imagem de compositor, hoje inegavelmente prejudicada". E do mesmo destacado autor, em documento por ele assinado: "Competente crítico musical, compositores de mérito têm recebido persistente apoio à divulgação de suas obras, e muito devem ao seu meritório esforço realizado. A música erudita brasileira muito deve à atuação competente, constante e apartidária de Luis Roberto Trench". LUIS ROBERTO TRENCH é crítico e musicólogo Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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