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Cinema

"Reis e Ratos" aposta em elenco aclamado

Longa de Mauro Lima tem Selton Mello, Rodrigo Santoro e Cauã Reymond e retrata com humor período pré-ditadura

Diretor rodou o longa em apenas 17 dias com orçamento de R$ 2 milhões; "Era para ser um filme pequeno", diz

ROSANGELA HONOR
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, DO RIO

Renovar o retrato da tensão e da expectativa que tomavam conta do país às vésperas do golpe militar de 1964 não é tarefa das mais simples. O período parece já ter sido explorado exaustivamente ao longo dos últimos anos.

Em "Reis e Ratos", filme que entra em cartaz hoje nos cinemas, o diretor Mauro Lima ("Meu Nome Não É Johnny") enfrenta o tema com olhar apurado e até irônico, com o amparo de um time de atores encabeçado por Selton Mello, Rodrigo Santoro e Cauã Reymond.

Lima não teve a pretensão de fazer um filme político. O tema serve apenas de pano de fundo para a narrativa.

"Era para ser um filme pequeno, feito por amigos, não imaginávamos fazer um lançamento grande", diz o diretor, que rodou o longa em apenas 17 dias e com orçamento de R$ 2 milhões.

"Reis e Ratos" se passa em 1963 e mostra o clima de conspiração que tomava conta do Brasil do ponto de vista de alguns personagens.

O roteiro, de 2003, saiu do papel graças à produtora Paula Lavigne. "Estava na coprodução de 'O Bem-Amado' e a Paula ficava dizendo que aquilo daria para um outro filme. Foi uma sacada de produtora", lembra Lima, que reciclou cenários e figurinos de "O Bem-Amado" para ajudar a colocar o filme de pé.

Ele ressalta que o projeto também se viabilizou graças à disponibilidade dos atores, que abraçaram a ideia sem se preocupar com o cachê.

Selton Mello ajudou a "escalar" o time. "Tenho uma afinidade enorme com o Mauro e já conhecia o roteiro. Não me preocupo com o fato de o projeto ter sido feito em pouco tempo. Cinema é aqui e agora", diz Mello, que vive um agente da CIA escalado para uma missão no Rio.

Cauã Reymond admite ter ficado nervoso ao saber que dividiria a cena com Santoro e Mello. "Senti uma responsabilidade enorme. No primeiro dia de filmagem, fiquei nervoso e fumei 25 cigarros."

Ele vive um radialista médium e afeminado. "Fiquei vendo vídeos do 'Repórter Esso' durante dias", conta, acrescentando que passou dez dias sob os cuidados de uma fonoaudióloga e de um professor de russo para dar maior veracidade ao desempenho de seu personagem.

Para viver o ex-cafetão do filme, Santoro aparece praticamente irreconhecível graças à maquiagem que deixa sua pele com marcas de ferimentos, ao cabelo ensebado e à prótese dentária.

O filme tem a participação de Caetano Veloso, que interpreta a música tema composta para o longa.

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