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Crítica Drama Contradição entre números e mitologia do esporte torna produção interessante ANDRÉ BARCINSKICRÍTICO DA FOLHA A mesma dificuldade que os americanos têm para apreciar a cadência e "lentidão" do futebol os brasileiros têm para entender o beisebol. Não é incomum que filmes sobre beisebol façam grande sucesso por lá, enquanto passam despercebidos por aqui. Isso deve ocorrer com "O Homem que Mudou o Jogo", um bom filme, mas sobre um tema que nos é estranho. O beisebol é extremamente individualista. Cada jogador tem funções específicas -rebater, lançar, defender- e, mesmo entre jogadores da mesma posição, há particularidades que os diferenciam -destros ou canhotos, como preferem lançar as bolas etc. O filme conta a história verídica de Billy Beane (Brad Pitt), gerente de um dos menores clubes do campeonato americano, o A's de Oakland, que precisa remontar o time depois de perder seus três principais jogadores. Sem contar com a verba dos grandes times da liga, ele resolve montar um time de forma cirúrgica e matemática, contratando jogadores pouco conhecidos, mas cujos índices de aproveitamento são acima da média. O método é rechaçado pelos conselheiros do clube, que veem nessa escolha o fim do romantismo no esporte. É essa contradição entre a frieza dos números e a mitologia do jogo que torna "O Homem que Mudou o Jogo" tão interessante. Beane não é um burocrata. Ele ama o beisebol e conhece sua história. Mas vive numa época que não permite devaneios românticos. Dirigido por Bennett Miller, é um drama acima da média, mas que necessita de um conhecimento prévio sobre o esporte para ser devidamente apreciado. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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