Índice geral Ilustrada
Ilustrada
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros

Estrangeiros e 'O Artista' dominam Oscar

Filme de Michel Hazanavicius fica com 5 troféus, incluindo de melhor filme, direção e ator para Jean Dujardin

Irã, com 'A Separação', e Paquistão, com um curta documental, recebem suas primeiras estatuetas da história

FERNANDA EZABELLA
DE LOS ANGELES

Se Billy Crystal não empolgou pelas piadas, ao menos a festa do Oscar contou com discursos emocionados, marcas históricas e artistas de várias nacionalidades, além de um cãozinho simpático e bem-comportado.

"Uggie está velhinho, já foi para a cama, não tem festa para ele", disse Jean Dujardin, primeiro francês a ganhar um Oscar de atuação, sobre o terrier parceiro de tela no silencioso "O Artista", segundo trabalho não americano seguido a ficar com o Oscar de filme e que arrebatou outros quatro troféus (direção, para Michel Hazanavicius, figurino, ator e trilha sonora original).

Com a ajuda de uma tradutora, ele respondeu se estava preparado para entrar nos filmes falados de Hollywood. "Vou continuar na França, sempre serei um ator francês, mesmo nos EUA. Mas adoraria fazer outro filme mudo."

A noite também foi de outros "estrangeiros". Ganharam o canadense Christopher Plummer, 82, em melhor ator coadjuvante por "Toda Forma de Amor"; o neozelandês Bret McKenzie, que bateu os brasileiros em canção; e os italianos Dante Ferretti e Francesca Lo Schiavo, diretores de arte de "A Invenção de Hugo Cabret".

Além deste, o filme de Martin Scorsese venceu quatro categorias técnicas (fotografia, edição de som, mixagem de som e efeitos visuais).

Dois países venceram um Oscar pela primeira vez. O Irã levou a estatueta de filme estrangeiro por "A Separação" e o Paquistão teve premiado o curta documentário "Saving Face", uma história chocante sobre mulheres que são atacadas com ácido, muitas vezes pelos próprios maridos.

"Dedico este prêmio a todas as paquistanesas que batalham por uma mudança. Não desistam de seus sonhos", disse a codiretora Sharmeen Obaid-Chinoy.

BOCA SUJA

Das disputas mais acirradas da noite, Meryl Streep ("A Dama de Ferro") e Octavia Spencer ("Histórias Cruzadas") saíram com as estatuetas (atriz e coadjuvante, respectivamente) e também com os olhos cheios de água.

Nos bastidores, Streep comentou que se sentia como uma criança de novo. "Aliás, quando ganhei antes, eu era uma criança", disse a atriz sobre seus dois Oscars anteriores, o último há 29 anos.

Woody Allen, que nunca aparece para receber seus prêmios, ganhou uma estatueta depois de 24 anos. Ficou com melhor roteiro original por "Meia-Noite em Paris". É seu terceiro Oscar na categoria.

A emoção causou algumas derrapadas, como quando o diretor T.J. Martin, do documentário "Undefeated", soltou um palavrão ("fuck") no meio do discurso. "Não foi a coisa mais elegante a se fazer, queria pedir desculpas", disse nos bastidores. "Mas vou dizer que veio mesmo do fundo do coração."

Dujardin cometeu a mesma gafe, em inglês e francês.

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.