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Análise

Nas novelas mais recentes da Globo, a vingança vai vir da cozinha

MAURICIO STYCER
ESPECIAL PARA A FOLHA

Recém-chegada ao paraíso do mercado consumidor, a nova classe média está vendo nas novelas mais recentes da Globo que não deve ter vergonha de suas origens.

Em "Avenida Brasil", o conflito entre as protagonistas ocorre no chão frio junto ao fogão. De um lado está Carminha (Adriana Esteves), mulher de origem humilde que escolheu progredir na vida por meio de mentira, golpes e crime. Do outro lado, Nina (Débora Falabella), enteada da vilã, abandonada num lixão quando criança.

Inúmeras situações cômicas fazem o contraponto ao conflito. João Emanuel Carneiro criou um bairro suburbano no Rio, o Divino, território onde os bons e bem-intencionados prosperam.

"Cheias de Charme", a trama das 19h, recorre também ao humor, mas em uma chave mais infantil, pelos percalços de três empregadas.

Em apenas três capítulos, Maria da Penha (Taís Araújo) enfrentou a patroa Chayene (Cláudia Abreu), inclusive na Justiça, expulsou o maridão folgado (Marcos Palmeira) e foi inflexível ao negociar o salário com a próxima contratante, a vilã Máslova (Aracy Balabanian).

Sem muita sutileza, "Avenida Brasil" e "Cheias de Charme" tiram o chapéu para o seu velho público, agora bem de vida, e abrem a porta da sala de estar para ele.

MAURICIO STYCER é repórter e crítico do portal UOL

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