Crítica / Reportagem

Autor reconta insólito furto de rochas lunares

Há uma pedra da Lua no Museu Nacional Smithsonian do Ar e do Espaço, em Washington, uma das várias trazidas pelos astronautas americanos das missões espaciais Apollo do final dos anos 1960 e começo dos 1970.

Os visitantes podem passar a mão nela, que obviamente está sempre lustrosa.

Thad Roberts foi um pouco além disso. Ele decidiu furtar um bom número dessas pedras e vender a colecionadores essas peças únicas avaliadas em milhões de dólares.

Disfarçou o golpe na sua cabeça como sendo coisa de amor: ele queria literalmente fazer sexo na Lua, dar a Lua para a sua paixão. A moça, Tiffany Fowler, foi cúmplice no furto...

A história desse insólito caso foi contada pelo escritor norte-americano Ben Mezrich, autor de vários best-sellers de não ficção, como "Bilionários por Acaso", livro sobre Mark Zuckerberg, o criador do Facebook.

Mezrich tem fascínio por bandidos ousados, como o caso de alunos do prestigiado MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) que aplicaram golpes em cassino de Las Vegas, como ele narra em "Quebrando a Banca".

Mezrich já declarou que se interessa em escrever sobre esses "gênios" que vivem na fronteira entre certo e errado, entre preto e branco.

Retomando: em 2001, Thad Roberts, então com 24 anos, virou estagiário da agência espacial Nasa, no prestigiado Centro Espacial Johnson, em Houston (Texas).

Ele tinha chance de virar astronauta, o que era seu sonho. Preferiu virar ladrão.

Afinal, as rochas da Lua estavam simplesmente engavetadas; ninguém as pesquisava. Infelizmente para a ciência, a maioria delas estava então preservada de contaminação. Depois do furto, deixou de estar.

O livro exagera o feito dos ladrõezinhos. Não era tão difícil ter acesso às pedras. E a obra tem de ser lida com uma pulga atrás da orelha, porque nem tudo o que Mezrich descreve tem confirmação.

O final foi meio feliz. Graças a um colecionador belga, o FBI conseguiu prender os ladravazes.