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Hip-hop se destaca em meio a escalação eletrônica

MAYRA MALDJIAN
DE SÃO PAULO

Três décadas de história em cinco horas. A primeira noite do festival Sónar foi especial para os fãs de rap, que puderam ver ídolos da cena underground do hip-hop a poucos metros.

"É ele, cara, é ele!", comemoram os discípulos do mascarado rapper DOOM, que apareceu no SónarVillage minutos depois da 0h.

Não se sabia se o Doom por trás da máscara era, de fato, o DOOM.

Cultuado no circuito alternativo do rap, o MC tem o hábito de faltar a seus próprios shows. Mas, em vez de deixar o público frustrado, como fazia Tim Maia, Doom manda um sósia no lugar: um primo dele, reza a lenda, com barriga e talento idênticos.

Com ou sem Doom, o show foi épico, o melhor da categoria naquela noite. Acompanhado de dois MCs, o rapper abriu a apresentação com "Accordion", do "Madvillainy" (2004). Entre uma rima e outra, pedia tragos de cigarros de maconha aos fãs.

No mesmo horário, Kraftwerk incendiava o SónarClub. Fiel, o público do rap não abandonou Doom. E nem Criolo, que fez marmanjo chorar no SónarHall.

Antes de Doom, passou pelo SónarVillage o DJ Cut Chemist, ex-Jurassic 5, outra sensação do gênero.

Em 30 minutos de performance, arrancou urros com suas manobras nos toca-discos, tão rápidas que pareciam aceleradas no vídeo do telão.

Em seguida, o DJ brasileiro Zegon recebeu convidados como Fatlip, ex-membro do Pharcyde, grupo idolatrado do rap alternativo.

Emicida, a última atração de rap da noite, concorreu com o Chromeo, lá pelas 2h. Com DJ e guitarrista, repassou hits, homenageou Claudinho e Buchecha e criticou políticos. Numerosa, a plateia não arredou o pé.

Na segunda noite, o rap apareceu mais pulverizado. Em maior concentração, porém, nos shows de Cee Lo Green e de Flying Lotus, vanguardista do hip-hop experimental. Sem drama, Sónar foi "noiz".

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