Coleção estreia com as criações de Philippe Starck e Enzo Mari

"Quando os filósofos se calam, cabe ao designer explicar a vida e as coisas", resume em entrevista o designer francês Philippe Starck.

Conhecido mundialmente pela leveza das formas que cria e pela aposta em traços contemporâneos e em materiais surpreendentes, Starck inspira o primeiro dos 20 volumes que integram a Coleção Folha Grandes Designers, que chega às bancas no próximo domingo.

Suas criações se baseiam no princípio da junção entre modernidade e memória coletiva, como nas cadeiras "Ghost Louis", poltronas-medalhão que lembram as formas consagradas pelos móveis de Luís 15 (1710-74).

Definida ao mesmo tempo como subversiva, ética, ecologicamente responsável e divertida, sua obra revela um designer preocupado em fundamentar-se na tentativa de dar novas cores à rotina.

É, na verdade, pela perspectiva de reconstruir o imaginário coletivo por meio de objetos que Starck guia sua produção, ao mesmo tempo renascentista e atual.

Em conjunto, será lançado o segundo volume da coleção, que destaca o compromisso do italiano Enzo Mari em inovar, dando significados particulares às noções de "forma" e "objeto".

Famoso pela frase "o design constitui uma utopia", Mari se preocupou em construir projetos que respondessem diretamente às necessidades dos usuários, mantendo uma elevada pesquisa do cotidiano como princípio de seu processo de criação.

Entre seus objetos mais famosos, destaca-se "Timor", o calendário perpétuo de mesa em folhas de PVC, cujas letras remetem aos anúncios das estações de trem de sua infância na Itália.

VISIONÁRIOS

Dividida em 20 livros, essa coletânea traz uma seleção de alguns dos mais aclamados artistas e obras do design internacional.

Além de nomes conceituados, como os dos italianos Vico Magistretti e Antonio Citterio, a coleção apresenta algumas das novas personalidades que hoje redefinem a estética, como o inglês Jasper Morrison e o israelense Ron Arad. Trata-se, portanto, da reunião de grandes artistas que se dedicam de forma desmedida a ajudar a "redesenhar o mundo".