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Crítica Drama

Tratamento superficial enfraquece o tema da loucura em longa de Gerbase

ALEXANDRE AGABITI FERNANDEZ
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Inspirado no conto "O Diário de Redegonda", de Arthur Schnitzler (1862-1931), o novo filme do gaúcho Carlos Gerbase trata da loucura e do universo manicomial.

Diagnosticado como esquizofrênico, o arqueólogo Dante (Felipe Kannenberg) está internado em um hospital psiquiátrico há anos, onde ninguém o visita. A situação começa a mudar com a chegada da psiquiatra Paula (Branca Messina). Ela decide mudar o tratamento do paciente e passa a "escavar" seu passado.

Surgem, então, personagens que a ajudam a saber um pouco mais sobre o enigma de Dante: a professora Laura (Carla Cassapo); Gregório (Roberto Oliveira), pai do rapaz; Berenice (Maria Manoella), amiga de infância; e a arqueóloga René (Rosanne Mulholland).

Os depoimentos dos quatro são incompletos, parciais, ajudando a instalar um suspense trabalhado com competência por Gerbase.

Intrigas e um triângulo amoroso vêm à tona para "explicar" o drama de Dante. Aí está o ponto fraco do filme: apontar o amor como causa da loucura.

É uma resposta demasiado simples a um problema tão complexo. O trauma teria começado na infância, quando a mãe reprimiu a atração do garoto por Berenice, e assumiu contornos definitivos mais tarde.

A loucura é um abismo envolto em sombras e Gerbase poderia ter alcançado um resultado de alta carga poética e grande contundência caso tivesse privilegiado a indeterminação, a incerteza. O mistério é muito mais fascinante do que qualquer certeza.

MENOS QUE NADA

DIREÇÃO Carlos Gerbase

PRODUÇÃO Brasil/2012

ONDE no cine Espaço Itaú de

CINEMA - Frei Caneca

CLASSIFICAÇÃO 14 anos

AVALIAÇÃO regular

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