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Desenho rejeita legado de Tim Burton Diretor de 'Hotel Transilvânia', Tartakovsky diz que criou monstros para fazer comédia e não animação sombria Idealizador de 'O Laboratório de Dexter", sucesso da TV nos anos 1990, russo estreia agora longa no cinema RODRIGO SALEMDE SÃO PAULO Adam Sandler deve a salvação do seu ano a um russo. Após o fracasso de "Esse é o Meu Garoto", comédia grotesca de Sandler que rendeu apenas US$ 36 milhões (R$ 72 milhões) nos Estados Unidos, o comediante recuperou-se da vergonha usando uma "máscara" de pixels na animação "Hotel Transilvânia". O desenho do russo Genndy Tartakovsky, 43, bateu o recorde de estreia no mês de setembro nos Estados Unidos, faturando US$ 42,5 milhões (R$ 86 milhões) em apenas um final de semana. A obra ainda mudou a tendência de queda das bilheterias americanas desde o fim das férias, marcou o melhor início de uma animação da Sony e tornou-se a segunda melhor estreia da carreira de Sandler, que cede a voz para o Conde Drácula. Apesar da nacionalidade do diretor e de estar estreando em um longa-metragem para os cinemas, ele não é um desconhecido ou um amador. Pelo contrário. Tartakovsky é o cérebro e as mãos por trás da criação de "O Laboratório de Dexter", um dos desenhos televisivos mais famosos dos anos 1990, e de "Samurai Jack", vencedor de três prêmios Emmy. Além disso, ele foi convidado pessoalmente por George Lucas para comandar a série animada "Star Wars: Clone Wars", exibida entre 2003 e 2005. Cinema era questão de tempo para o animador. "Eu recebi alguns convites para fazer longas, mas nenhum parecia certo ou o tempo era curto", conta ele em entrevista à Folha. "Mas a ideia de criar um Drácula engraçado e para a nova geração me seduziu. Afinal, tenho três filhos." O moscovita, que se mudou para Chicago quando tinha sete anos, chegou ao projeto atrasado, contratado após a demissão de cinco outros diretores -a Sony não estava gostando do roteiro. "Eu estava preocupado em imprimir meu estilo, principalmente porque é uma animação em computação gráfica, enquanto eu gosto mais das técnicas mais tradicionais", revela Tartakovsky. "Cortei personagens que não gostava e mudei outros. Nada muito radical." A trama é simples: Drácula é dono de um hotel para monstros e convida todos os amigos para o aniversário da filha ("vivida" pela cantora Selena Gomez), que prefere conhecer o mundo exterior, para desespero do pai. Apesar da mistura de lobisomens, múmias, vampiros e outros ícones góticos, Genndy Tartakovsky rejeita qualquer comparação com as obras de Tim Burton. "Na verdade, eu quis fazer o oposto de Burton. Os filmes dele são ótimos, mas são sombrios", confessa o russo. "Não queria fazer filmes de terror para crianças, mas uma comédia estrelada por monstros", explica. Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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