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Crítica Drama Maior trunfo de filme teen é tratar jovem como cúmplice DO CRÍTICO DA FOLHA"Sixteen, clumsy and shy/ That's the story of my life" (Dezesseis anos, desajeitado e tímido/ Esta é a história da minha vida), lamentava-se Morrissey numa antiga e memorável música dos Smiths. De modo semelhante, "As Vantagens de Ser Invisível" tem a qualidade dos filmes-canções, aqueles que conseguem dizer o que muita gente sente. O quase estreante Stephen Chbosky, autor do livro e do roteiro, dirige a própria história, mantendo o recurso literário do narrador, que no cinema costuma ser sinal de preguiça de inventar outro jeito de contar. O efeito, contudo, é benéfico, pois agrega um teor confessional essencial ao drama de Charlie, garoto que chega ao ensino médio sem se enturmar, louco por literatura e platonicamente apaixonado pela amiga mais velha. Para sobreviver nesse ambiente inóspito, o melhor é se aproximar de outros excluídos, perdedores na competição da normalidade, da beleza ou da inteligência. Junto ao gay Patrick e à desajustada Sam, Charlie descobre que se tornar imperceptível pode significar uma imensa vantagem num mundo em que todos replicam o lema "exibo-me, logo existo". Os órfãos de John Hughes ("Curtindo a Vida Adoidado") poderão reconhecer em Chbosky um herdeiro, no modo como o cineasta capta a adolescência como uma zona de turbulências, mas retratando-a como cúmplice, não como pai ou educador. Ou talvez "As Vantagens de Ser Invisível" seja apenas um daqueles filmes únicos, cuja autenticidade tem a ver com a impressão de honestidade com que o diretor trata um material que parece, sob muitos aspectos, pessoal. O que importa é que Charlie, Patrick e Sam são mais "de verdade" que a turma que estuda em Hogwarts e muito menos bocejantes que os heróis cheios de não-me-toques de "Crepúsculo". E que mesmo depois do fim do filme a gente continua querendo muito ser amigo deles. (CSC) Texto Anterior | Próximo Texto | Índice | Comunicar Erros |
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