FERNANDO MENDONÇA
da Agência Folha, em Curitiba

O prédio da antiga estação ferroviária de Curitiba (PR), inaugurado há 112 anos, está sendo completamente restaurado e deverá ser reaberto dentro de quatro meses como museu ferroviário.
A obra está sendo realizada por um consórcio formado por cinco empresas, junto com um fundo imobiliário. Segundo o engenheiro responsável, Guilherme Puppi da Silva, 23, o custo do trabalho é de aproximadamente R$ 1 milhão.
A restauração da antiga estação foi condição da RFFSA (Rede Ferroviária Federal S/A) para dar ao consórcio a concessão para explorar comercialmente por 20 anos toda a área em que estão instalados a estação e o pátio de manobras.
O restauro do prédio e a abertura do museu representam parte do investimento de R$ 70 milhões que as empresas fizeram para montar o Estação Plaza Show, um centro de lazer com 80.000 m2, inaugurado em novembro último.
Sérgio Bromfman, 51, presidente da Casamoro, empresa que lidera o consórcio, afirmou que nada foi projetado ou construído sem o acompanhamento e a autorização da procuradoria do Patrimônio Histórico Ferroviário da RFFSA.
"O Patrimônio Histórico não queria que os prédios do novo empreendimento ofuscassem a arquitetura original."
Entre as exigências, havia a de que a altura das novas construções -localizadas na parte de trás da estação- não poderia ultrapassar 15 metros, permitindo que a fachada histórica mantivesse destaque quando observada da rua.
Outra condição era a de que qualquer prédio novo do empreendimento deveria estar no mínimo a 40 metros de distância do prédio antigo. A solução encontrada pelos empresários foi colocar um lago entre os dois.
A área construída total de preservação histórica não ultrapassa 2.000 m2. Ela é formada pelo prédio do museu, os antigos armazéns (adaptados para abrigar lojas) e a plataforma de embarque e desembarque de passageiros.
Entre os objetos que poderão ser vistos no museu, quando este for inaugurado, estão desde móveis originais da estação (como chapeleiras e poltronas) até instrumentos de trabalho (pantógrafos, telégrafo) e cartas geográficas.



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