São Paulo, domingo, 04 de agosto de 2002

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PAISAGISMO

Para eles, que preferem áreas infantis e jardins, espaço é para emergentes

Nem todos os arquitetos contemplam os gazebos

FREE-LANCE PARA A FOLHA

Apesar de estarem na moda, gazebos e pérgolas, se não forem bem desenvolvidos, podem perder suas funções e virarem apenas um item a mais no folheto de vendas, opina Martha Gavião, 42, paisagista e autora de 400 projetos.
"Dificilmente o morador vai fazer uma massagem em um gazebo no jardim do prédio, com todas as crianças e até curiosos olhando em volta. Sou mais elaborar um belíssimo jardim", justifica -veja opções abaixo.
Mesmo esboçando em seus projetos espaços destinados à contemplação e ao relaxamento, Marcelo Faisao admite o uso abusivo. "Virou local de emergente. É chique falar "tenho um gazebo"."
"É moderno", confirma o administrador de empresas Alex Yamamoto, 26, morador do Living Concept. "Na Copa, foi disputadíssimo. Tínhamos de reservá-lo com muita antecedência." Integrado à churrasqueira e à piscina, ""dá até para pegar um sol", diz.
Há 12 anos, quando se mudou para um tríplex em Cerqueira César (zona centro de São Paulo), Christian Heymes, 55, arquiteto e dono de um antiquário, resolveu que o último andar seria um gazebo para relaxar e conviver com amigos em dias de sol.
Mas Martha explica que, nas pesquisas de avaliação de pós-ocupação em residenciais, áreas como gazebos e espaço ""gourmet", quando coletivas, não são utilizadas em toda sua potencialidade. "Prefiro converter estes lugares em espaços para crianças."
Locais que agradem aos pequenos moradores é outra preocupação da arquiteta. "Muitos paisagistas partem do princípio que pessoas com alto poder aquisitivo não têm filhos e, na área útil, reservam espaços com ar adulto e pouco atraentes para as crianças."
Segundo ela, a necessidade de criar mais espaços infantis partiu de pesquisas. "Além do mais, 100% dos compradores dizem que o paisagismo do edifício influenciou na compra." (APO)


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