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ALÉM DA LINHA VERMELHA
Convivência "de interior" entra nos prédios
Condomínios refletem perfil de interação entre moradores, que valorizam lazer e cozinhas mais espaçosas
DA REPORTAGEM LOCAL
Quem segue pela Radial Leste rumo a Itaquera tem pela
frente quilômetros de horizonte quase aberto. Bairros residenciais de casas e sobrados
margeiam boa parte do trajeto.
Mas os prédios residenciais,
que antes podiam ser contados,
passaram a ser mais frequentes
e constituem condomínios com
diversas torres e unidades que
custam mais de R$ 350 mil.
A troca de cenário se relaciona ao perfil dos moradores da
região: acostumados a conviver
no espaço público, valorizam o
conceito de condomínio-clube.
"É um pessoal muito tradicional, que gosta de conviver
em família. Você não pode economizar em espaço para cozinha e lugares de refeições",
afirma Ricardo Laham, diretor
de incorporação da Brookfield.
E quem nasceu na zona leste
geralmente é apegado a ela, o
que se reflete nos estandes.
Quase 50% dos compradores
das 104 unidades de um lançamento da incorporadora Yuny
na Vila Carrão em junho moram no entorno, em um raio de
1 km do empreendimento.
"As pessoas da região são extremamente bairristas", afirma
Fábio Romano, diretor de incorporação da Yuny. "Ter um
clube com segurança e manter
a área como a de uma casa são
os atrativos", pontua.
Dentre os compradores de
novas unidades, é interessante
perceber uma diferença em relação àqueles que hoje buscam
o centro do Tatuapé.
"O Tatuapé se tornou um núcleo bastante metropolitano, o
perfil é diferente de quem vai
para os arredores da Vila Carrão, à procura de uma vida mais
familiar", afirma Eduardo Zaidan, do SindusCon-SP.
Se as grandes áreas de lazer
atraem famílias com filhos pequenos, também atendem ao
zoneamento da região. Boa parte das áreas residenciais se divide entre locais de média (com
construção máxima de duas vezes e meia o tamanho do lote) e
baixa (construção de uma vez o
tamanho do lote) densidades.
Integração
Novos empreendimentos
nas divisas entre distritos de
menor e de maior valor agregado devem mudar as características da região como um todo.
O Belém foi menos explorado por não ser um trecho de
muitos residenciais, justificam
especialistas. Mas, com a transformação da Febem em parque,
a cara do bairro está mudando.
Entre a parte famosa do Tatuapé, ao lado da Radial Leste, e
a marginal Tietê, o cenário se
repete. A parte que antes não
era reconhecida como bairro
residencial muda de cara com
novos empreendimentos.
"É uma região de bom acesso
e em transformação", diz Silvio
Chaimovitz, diretor de incorporação da Klabin Segall. "Um
lançamento de bom nível traz
crescimento para o entorno."
A construção de condomínios de preços mais altos, mas
que ainda cabem no bolso -em
comparação a trechos já mais
encarecidos, como o bairro de
Anália Franco-, deve valorizar
também os lotes dessas regiões.
O consultor Celso Amaral diz
que a área ainda tem exploração incipiente e é oportunidade
de investimento, não só para
quem precisa de moradia.
Especialistas apostam na expansão dos limites entre Tatuapé, Anália Franco e Mooca.
(CC)
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