São Paulo, domingo, 09 de agosto de 2009

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SEM VISTA GROSSA

Falhas podem ser deduzidas do valor pago pelo bem

Material de qualidade inferior, por exemplo, gera abatimento no preço

DA REPORTAGEM LOCAL

Um contrapiso com acabamento poroso ou desnível provocará erros na colocação de piso e rodapé, alerta Eduardo Zangari, diretor de locação da Aabic (associação das administradoras de São Paulo).
É a esse tipo de ocorrência que o consumidor deve estar atento no momento da vistoria do imóvel novo.
O projetista mecânico Rafael do Amaral dos Santos, 26, comprou um apartamento na planta no Jabaquara (zona sul). Na hora de agendar a vistoria, resolveu pesquisar uma lista de itens a serem checados.
Encontrou normas técnicas de construção civil na internet e ainda usou conhecimentos adquiridos em uma época que trabalhou com material de construção. "Olhei normas referentes a instalações hidráulicas e elétricas", conta.
Seguindo o roteiro de uma vistoria detalhada, a probabilidade de encontrar pequenos (e grandes) problemas é maior. E o que fazer nesse caso?
O ideal é segurar a ansiedade de receber as chaves. "O consumidor não deve aceitar a vistoria e tem de exigir que a construtora estipule um prazo para a entrega dos reparos", indica Maria Inês Dolci, da Pro Teste.
Quando há questões mais graves, como a construção de uma parede não prevista, ou desconformidade em relação ao material acordado em memorial, como o uso de um revestimento de qualidade inferior, "o consumidor pode pedir abatimento no preço pago pelo imóvel", afirma Renata Reis, técnica do Procon-SP (instituto de defesa do consumidor).

Locação
Para aluguéis de imóveis, normalmente a vistoria de recebimento das chaves é um momento de menor tensão.
Mas, na devolução, isso pode mudar. Além da nova pintura, que muitas vezes é obrigatória, algumas imobiliárias exigem reparos. Sem um laudo detalhado ou com fotos, nem sempre é fácil entrar em acordo.
"Quando você coloca [no laudo] regular, bom e ótimo [como estado de conservação], a avaliação é subjetiva. Se você coloca "maçaneta em bom funcionamento", esse detalhamento confere mais precisão", exemplifica José Augusto Viana Neto, presidente do Creci-SP (conselho de corretores).
Lembre-se de que o desgaste natural do imóvel está previsto no valor da locação. O que é cobrado como reparo são pontos em que houve mau uso ou falta de manutenção pelo locatário.
No apartamento que a empresária Fátima dos Reis, 54, locou durante três anos, alguns problemas foram detectados: portas de armários que não corriam direito, um vidro quebrado e cadeiras de plástico quebradas no terraço.
"Algumas coisas foram consertadas. O resto ele [o locatário] decidiu me pagar", explica.
O presidente da Aabic, Rubens Carmo Elias Filho, aprova a decisão: "Diante da discordância, um orçamento para recomposição financeira não prolonga a questão". (CC)


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