São Paulo, domingo, 15 de agosto de 2010

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Desvalorização é risco da modalidade

Contratante deve se preparar com outras fontes para suplementar o crédito no momento da compra do imóvel

Adquirir bem de valor inferior para alugar e usar rendimento como poupança é uma opção de investimento

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A perda do valor de compra é o principal problema do consórcio. O crédito leva em conta um montante de dinheiro, e não o valor do bem. Em um cenário de valorização do imóvel maior do que a inflação, o contratante perde poder de compra.
Ser contemplado depois de muitos meses implica ainda em uma segunda desvantagem, de acordo com o consultor financeiro Gustavo Cerbasi. "A ineficiência econômica por trás do processo de pagar por algo de que ainda não desfrutamos", explica. "Isso não acontece no financiamento."
Para quem já tem o consórcio, a alternativa mais simples é usar a carta de crédito defasada como entrada e usar outras reservas disponíveis: o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço), por exemplo.

OUTRAS FONTES
A educadora física Nadja Figueiredo, 44, usou três fundos distintos para adquirir o imóvel desejado no Morumbi (zona oeste). "Aproveitei o valor da venda de outro imóvel e o FGTS para completar o valor", conta. Para ela, o consórcio funcionou como uma poupança programada.
Para Cerbasi, o consórcio não deve ser considerado um tipo de investimento, pois "seria mais eficiente poupar por meio de aplicações programadas ou previdência".
Outra possibilidade é pedir um financiamento complementar no momento da aquisição do bem, mas essa opção só pode ser usada por quem chegou à parcela final.
É possível ainda adquirir novas cotas. "O cliente pode comprar outra cota e antecipar a valorização, somando as duas cartas", explica o presidente-executivo da Abac, Paulo Roberto Rossi.

CUIDADO
Para o especialista em crédito imobiliário Marcelo Prata, a solução não passa nem pelo financiamento complementar nem pela aquisição de nova cota do consórcio. Prata é cauteloso e recomenda uma "mudança no leme".
"Se a pessoa planejava comprar um imóvel com uma carta de R$ 200 mil e hoje ele vale R$ 400 mil, talvez seja o caso de comprar um imóvel de padrão inferior e alugar", indica. Dessa forma o comprador usa o bem como fonte de renda para o pagamento das parcelas restantes, enquanto poupa.
Desde março, os trabalhadores podem usar o fundo de garantia para dar lances, pagar prestações ou quitar dívidas de consórcios.
(AC)


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