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Desvalorização é risco da modalidade
Contratante deve se preparar com outras fontes para suplementar o crédito no momento da compra do imóvel
Adquirir bem de valor inferior para alugar e usar rendimento como poupança é uma opção
de investimento
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A perda do valor de compra é o principal problema do
consórcio. O crédito leva em
conta um montante de dinheiro, e não o valor do bem.
Em um cenário de valorização do imóvel maior do que a
inflação, o contratante perde
poder de compra.
Ser contemplado depois
de muitos meses implica ainda em uma segunda desvantagem, de acordo com o consultor financeiro Gustavo
Cerbasi. "A ineficiência econômica por trás do processo
de pagar por algo de que ainda não desfrutamos", explica. "Isso não acontece no financiamento."
Para quem já tem o consórcio, a alternativa mais simples é usar a carta de crédito
defasada como entrada e
usar outras reservas disponíveis: o FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço),
por exemplo.
OUTRAS FONTES
A educadora física Nadja
Figueiredo, 44, usou três fundos distintos para adquirir o
imóvel desejado no Morumbi
(zona oeste). "Aproveitei o
valor da venda de outro imóvel e o FGTS para completar o
valor", conta. Para ela, o consórcio funcionou como uma
poupança programada.
Para Cerbasi, o consórcio
não deve ser considerado um
tipo de investimento, pois
"seria mais eficiente poupar
por meio de aplicações programadas ou previdência".
Outra possibilidade é pedir um financiamento complementar no momento da
aquisição do bem, mas essa
opção só pode ser usada por
quem chegou à parcela final.
É possível ainda adquirir
novas cotas. "O cliente pode
comprar outra cota e antecipar a valorização, somando
as duas cartas", explica o
presidente-executivo da
Abac, Paulo Roberto Rossi.
CUIDADO
Para o especialista em crédito imobiliário Marcelo Prata, a solução não passa nem
pelo financiamento complementar nem pela aquisição
de nova cota do consórcio.
Prata é cauteloso e recomenda uma "mudança no leme".
"Se a pessoa planejava
comprar um imóvel com uma
carta de R$ 200 mil e hoje ele
vale R$ 400 mil, talvez seja o
caso de comprar um imóvel
de padrão inferior e alugar",
indica. Dessa forma o comprador usa o bem como fonte
de renda para o pagamento
das parcelas restantes, enquanto poupa.
Desde março, os trabalhadores podem usar o fundo de
garantia para dar lances, pagar prestações ou quitar dívidas de consórcios.
(AC)
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