São Paulo, domingo, 20 de fevereiro de 2011

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Processo se arrasta e desfavorece proprietário

Ação para reavaliar a indenização pode ser estendida pelo poder público

Responsáveis pela desapropriação chegam a desistir de discussão na Justiça sobre valor verdadeiro do bem

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Ser indenizado por um imóvel desapropriado ainda é um processo demorado, mesmo após a emenda constitucional 62, de 2009, que extinguiu o parcelamento em dez anos dos precatórios (pagamentos judiciais feitos por entes públicos).
"A questão dos precatórios não mudou, menos por causa da Justiça do que pela falta de orçamento dos governos", explica Luciano Godoy, professor da FGV-SP (Fundação Getulio Vargas).
Especialistas consultados pela Folha ponderam que em alguns casos há má-fé do poder público ao usar recursos que prolongam o processo. O objetivo é deixar a dívida para a gestão seguinte.
O autor da desapropriação tem direito a tomar o imóvel após depositar o valor de uma avaliação judicial prévia. O proprietário só recebe até 80% dessa quantia.
A discussão sobre o valor real do imóvel pode se arrastar na Justiça por anos, em uma batalha de laudos sobre seu preço de mercado. O responsável pela desapropriação às vezes desiste do processo judicial, mesmo alguns anos depois de seu início.
"A discussão pela indenização leva tanto tempo que a obra acaba não sendo mais interessante", afirma Godoy.


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