São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Carretas são o alvo dos moradores, que ainda reclamam de lojas irregulares e de prostitutas

Butantã "sacode" no ritmo dos caminhões

DA REDAÇÃO E
DA REPORTAGEM LOCAL

Zoneamento, segurança, trânsito e prostituição. De todos os problemas encontrados por moradores do distrito do Butantã, na zona oeste de São Paulo, essas devem ser as prioridades a serem debatidas em seu plano regional.
Entre os primeiros alvos das associações de moradores do distrito está o tráfego intenso de caminhões que cruzam as principais vias residenciais da região.
"Tudo o que é transportado do Chile ao nordeste brasileiro passa por nossas ruas", ressalta Marion Lautenberg, 54, presidente da Sociedade Moradores do Butantã e Cidade Universitária.
De acordo com o subprefeito do Butantã, Carlos Alberto da Silva Vieira, 56, o problema é causado pelo fato de a região possuir um sistema viário radial, baseado nas avenidas Eng. Heitor Eiras Garcia, Vital Brasil, Corifeu de Azevedo Marques, Francisco Morato e Eliseu de Almeida. "Outra solução, além do Rodoanel, seria criar vias que cortem essas avenidas."
Os corredores de serviços e o uso irregular do solo nos bairros são outra preocupação de moradores. "Algumas pessoas querem mudar o zoneamento para valorizar os terrenos, mas a maioria pretende continuar morando. Por isso vamos lutar contra a regularização de comércios que hoje estão proibidos", diz Lautenberg.
O estudo da consultoria Amaral d'Ávila aponta que existe ainda grande quantidade de terrenos disponíveis para empreendimentos imobiliários na região.
Segundo o vice-presidente da entidade de moradores do Butantã Carlos Erik Wang, 54, um dos pontos de conflito de interesses imobiliários está na avenida Vital Brasil. "Os terrenos estão nas mãos de uns poucos que querem vender para a construção de edifícios. Mas estes venderão e irão embora", reclama.
Lautenberg julga que a rua Alvarenga seria o maior problema. "Lá o uso e a ocupação do solo estão em desacordo com a lei, exibindo comércio irregular. Como consequência, as ruas viraram pátios de estacionamento", explica.
Para Wang, as associações que estiveram sob o guarda-chuva do movimento Defenda São Paulo, terão de voltar à ativa se quiserem garantir a qualidade de vida. "É nossa única alternativa de luta."

Prostituição
A presença de prostitutas e travestis em algumas avenidas do bairro também preocupa. "O problema não é a prostituição, mas sim o que decorre dela, como a violência e o tráfico de drogas. Já houve até caso de tiros na porta de um morador", afirma José Airton dos Anjos, 44, diretor do Centro Comunitário do Conjunto Residencial do Butantã.
Após ter o veículo furtado três vezes em um ano nas ruas do bairro, dos Anjos quer incluir nas discussões alternativas para melhorar a segurança do Butantã. "O primeiro passo seria modernizar os equipamentos utilizados pelos policiais", sugere.
(CÁSSIO AOQUI E NATHALIA BARBOZA)


Associações de moradores:
Associação Viva o Centro, 0/xx/11/3106-8205; Conjunto Residencial do Butantã, 0/xx/11/3721-9781; Defenda São Paulo, 0/xx/11/5561-2920; Sociedade dos Moradores do Butantã, 0/xx/11/3814-2802.




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