São Paulo, domingo, 24 de novembro de 2002

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PLANO DIRETOR EM DEBATE

Parte alta verifica pujança e baixa, abandono

Tatuapé é cortado em dois

DA REPORTAGEM LOCAL

Um só distrito, duas realidades completamente opostas. É assim que sempre viveu o Tatuapé. Desde sua fundação, no século 19, o desenvolvimento do distrito era concentrado no lado de baixo, próximo à marginal Tietê, patrocinado pelos trilhos do trem. As cartas, no entanto, mudaram de mãos em 1960, quando a linha de metrô e a Radial Leste rasgaram de vez as duas partes ao meio.
Esse foi o impulso que faltava para que as antigas chácaras dessem lugar a prédios de padrão cada vez mais alto, explica o historiador do bairro Pedro Abarca, 71.
"O barulho dos frequentadores da praça Silvio Romero é o maior reflexo desse crescimento", diz Waldir Fratucci, 64, presidente da Sociedade Amigos do Tatuapé.
E pode ficar ainda maior o fosso entre as partes do distrito. É que um projeto da Câmara dos Dirigentes Lojistas Alto Tatuapé-Silvio Romero prevê transformar a praça em um bulevar, com quiosques que funcionariam 24 horas por dia, afirma o presidente César Caetano, 45.
Outro projeto, da distrital Tatuapé da Associação Comercial, é ainda mais ousado. O superintendente Ricardo Thomaz, 37, conta que encomendou à Aleasp (associação de engenheiros e arquitetos) um projeto de reorganização das fachadas das lojas de rua do quadrilátero Radial Leste, ruas Antonio de Barros e Emilia Marengo e av. Salim Farah Maluf, no qual cada empresário teria um financiamento para reformar conforme padrões estabelecidos.
"No fim, criaríamos a mesma infra-estrutura dos shoppings", explica o urbanista Antonio Costa Filho, 39, presidente da Aleasp.

Celso Garcia
Para Caetano, a prefeitura precisa ainda resolver o nó viário do encontro da av. Salim Farah Maluf com a rua Padre Adelino. A subprefeita da Mooca, Harmi Takiya, responsável pelo Tatuapé, diz que o plano está em estudo. "É uma obra dispendiosa."
Os esforços para revitalizar a parte baixa do distrito concentram-se na Operação Urbana Celso Garcia. "Queremos detalhar o projeto já em 2003", diz Takiya.
Para Abarca, no entanto, a aposta na região poderia vir da construção de um shopping center, "que seria um fator aglutinador, pois os moradores não têm nem um supermercado nem um lugar para eventos". (NB)


Associações:
Aleasp, 0/xx/11/6941-6615; Ambap, e-mail g.manzo@terra.com.br; Assoc. Comercial Tatuapé, 0/xx/11/6941-6397; Conselho Comunitário, 0/xx/11/6198-2683; Soc. Amigos do Tatuapé, 0/xx/ 11/296-7940; Lojistas Tatuapé, 0/xx/ 11/295-4885; Saap, 0/xx/11/3022-7286.



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