São Paulo, domingo, 28 de junho de 2009

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SÍNDICO "ETERNO"

Vida longa pede manutenção das relações e do patrimônio

Melhorias no prédio e participação de moradores levam à permanência

Marcelo Justo/Folha Imagem
O empreiteiro Donisete de Oliveira, há 14 anos no posto, candidatou-se a síndico porque queria acelerar a implantação de melhorias no condomínio; o elevador, por exemplo, vivia desligado

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

O segredo da longevidade do síndico passa pelo bom relacionamento com os condôminos e pela capacidade de manter o imóvel em bom estado, para que seu valor sempre aumente.
"Manter o patrimônio condominial em alta é muito importante para uma gestão", assinala Angélica Arbex, gerente de marketing da Lello.
Para o vice-presidente de condomínios do Secovi-SP (sindicato do setor), Hubert Gebara, "investir em cuidados evita gastos maiores no futuro".
"Há quem ache que administrar bem o condomínio é economizar ao máximo, não gastar e deixar o dinheiro no banco. Aí não faz nenhum tipo de manutenção e, quando percebe, o prédio está cheio de problemas, desgastado", opina.
Manter o prédio em bom estado motivou o empreiteiro Donisete de Oliveira, 45, a se candidatar a síndico há 14 anos -nunca mais deixou o posto.
"Comecei porque via que as coisas não funcionavam direito. Pagávamos pelo elevador e ele nunca estava ligado", diz. Com a filha recém-nascida, sua mulher encontrava dificuldade em subir pelas escadas.
Ele sinaliza outros avanços. "Hoje, gosto de decidir as coisas com quem está presente na assembleia. Não tomo decisões só porque tenho procurações de alguns moradores", pondera.
Rosely Schwartz, professora do curso de administração de condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas), reforça que a transparência é um dos principais trunfos de quem tem segurança para comandar bem. "Se a pessoa está tranquila com as melhorias implantadas, não se preocupa em impor nada, sabe que sempre será ouvida", argumenta.
Dar atenção ao que os moradores têm a dizer é uma das qualidades mais importantes para o síndico e administrador José Carlos Mota, 59. Eleito há 12 anos, nunca foi substituído: "Meu maior papel aqui é ajudar os outros moradores".

Passando a bola
Mota, como outros síndicos de longa data consultados pela Folha, diz que não haverá problema quando os moradores se decidirem por outro síndico -apenas um certo temor de que "o trabalho construído por anos a fio vá pelo ralo".
Arbex afirma que, se os condôminos são participativos, o temor é infundado, já que não é tão difícil destituir alguém que não mereça o título de síndico.
"Basta um quarto dos moradores convocarem a assembleia e a maioria simples dos presentes para tirá-lo do cargo", explica a gerente. (MD)


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