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SÍNDICO "ETERNO"
Vida longa pede manutenção das relações e do patrimônio
Melhorias no prédio e participação de moradores levam à permanência
Marcelo Justo/Folha Imagem
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O empreiteiro Donisete de Oliveira, há 14 anos no posto, candidatou-se a síndico porque queria acelerar a implantação de melhorias no condomínio; o elevador, por exemplo, vivia desligado
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
O segredo da longevidade do
síndico passa pelo bom relacionamento com os condôminos e
pela capacidade de manter o
imóvel em bom estado, para
que seu valor sempre aumente.
"Manter o patrimônio condominial em alta é muito importante para uma gestão", assinala Angélica Arbex, gerente
de marketing da Lello.
Para o vice-presidente de
condomínios do Secovi-SP
(sindicato do setor), Hubert
Gebara, "investir em cuidados
evita gastos maiores no futuro".
"Há quem ache que administrar bem o condomínio é economizar ao máximo, não gastar
e deixar o dinheiro no banco.
Aí não faz nenhum tipo de manutenção e, quando percebe, o
prédio está cheio de problemas,
desgastado", opina.
Manter o prédio em bom estado motivou o empreiteiro
Donisete de Oliveira, 45, a se
candidatar a síndico há 14 anos
-nunca mais deixou o posto.
"Comecei porque via que as
coisas não funcionavam direito. Pagávamos pelo elevador e
ele nunca estava ligado", diz.
Com a filha recém-nascida, sua
mulher encontrava dificuldade
em subir pelas escadas.
Ele sinaliza outros avanços.
"Hoje, gosto de decidir as coisas
com quem está presente na assembleia. Não tomo decisões só
porque tenho procurações de
alguns moradores", pondera.
Rosely Schwartz, professora
do curso de administração de
condomínios da FMU (Faculdades Metropolitanas Unidas),
reforça que a transparência é
um dos principais trunfos de
quem tem segurança para comandar bem. "Se a pessoa está
tranquila com as melhorias implantadas, não se preocupa em
impor nada, sabe que sempre
será ouvida", argumenta.
Dar atenção ao que os moradores têm a dizer é uma das
qualidades mais importantes
para o síndico e administrador
José Carlos Mota, 59. Eleito há
12 anos, nunca foi substituído:
"Meu maior papel aqui é ajudar
os outros moradores".
Passando a bola
Mota, como outros síndicos
de longa data consultados pela
Folha, diz que não haverá problema quando os moradores se
decidirem por outro síndico
-apenas um certo temor de
que "o trabalho construído por
anos a fio vá pelo ralo".
Arbex afirma que, se os condôminos são participativos, o
temor é infundado, já que não é
tão difícil destituir alguém que
não mereça o título de síndico.
"Basta um quarto dos moradores convocarem a assembleia e a maioria simples dos
presentes para tirá-lo do cargo", explica a gerente.
(MD)
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