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Mudança causa dificuldade para autor
do New York Times News Service
Uma das dificuldades enfrentadas por autores e artistas de histórias em quadrinhos on line é recriar o misto peculiar de palavras
e imagens que é característico das
HQ em papel. Os Cybercomics da
Marvel utilizam o plug-in
"Shockwave", da Macromedia,
que lhes confere o acabamento
perfeito de livros de HQ. O leitor
conduz a ação, clicando nos balões de falas e acompanhando as
tiras.
Apesar de conter animação,
efeitos sonoros e música, os ciberquadrinhos ainda seguem muito
o gênero das HQ em tiras, explica
Peter Cuneo, presidente da Marvel. O resultado é um cruzamento
entre HQ e animação.
Em um painel de "Doom Control", por exemplo, um seriado da
Marvel transmitido no site
Shockwave (www.shockwave.com) da Macromedia, o "mecanismo de apreensão do controle
mental" do dr. Doom toma conta
do telhado do edifício Chrysler. O
edifício se projeta para dentro do
quadro em ângulo irregular, e estranhos pulsos elétricos são vistos
e ouvidos partindo do aparelho.
Ron Man, que dirigiu o documentário "Comic Book Confidential", disse que está muito interessado em acompanhar a evolução da arte e das histórias contadas on line. "A página fica totalmente diferente numa tela de
computador", disse. "Você pode
abaixar a tela interminavelmente.
A própria tela é o quadro."
Mann vem realizando experiências com a passagem de HQ para
o formato on line. A versão em
CD-ROM de "Comic Book Confidential" inclui reproduções de livros básicos das HQ em páginas
grandes que podem ser movidas
para obter perspectivas diferentes. Também traz informações sobre os principais artistas do ramo,
incluindo Stan Lee e seu colaborador de longa data, Jack Kirby.
Mesmo assim, diz Mann, "como há HQ ruins demais on line, é
mais difícil localizar as de boa
qualidade." A única HQ criada
exclusivamente para a Web que
despertou interesse na indústria
das HQ está em um site que
acompanha o filme "Matrix"
(www.whatisthematrix.com/cmp/comicindex.html). Histórias ao estilo das HQ estão surgindo para ocupar o espaço entre o
filme, que teve grande sucesso de
público, e suas sequências já previstas. As histórias atuais estão
sendo criadas por artistas e autores da DC Comics e da Marvel.
Scott McCloud, criador de HQ,
teórico e autor de "Understanding Comics", um livro em HQ
sobre HQ, criou várias tiras on line (www.scottmccloud.com)
que exploram os espaços mais
distantes de páginas na Web. Entre elas, figura "Choose Your Own
Carl" (Escolha seu próprio Carl),
uma tira que é direcionada pelo
leitor, com pouca narrativa linear.
"As histórias em quadrinhos
são uma espécie de mapa temporal", disse McCloud. "Quando você passa de um centímetro para o
seguinte, passa de um momento
para o seguinte. É uma idéia muito simples, mas poderosa." Para
ele, é justamente essa idéia que
talvez se perca nas HQ on line.
"Quando tivermos acesso de alta
velocidade (banda larga), poderemos ter animação total", diz.
Será que as HQ on line algum
dia vão poder equiparar-se em dinamismo às produções marcadas
pelos diálogos criados por Lee e
os desenhos de Kirby? Não importa o quanto o façam, a indústria de HQ ainda vê o futuro de
seus livros como garantido.
"Um trabalho computadorizado é algo que quase tira você do
reino da literatura", diz John
Jackson Miller, da "Comics Retailer". "Para conseguir que a história funcione na tela, é preciso
transformá-la em algo diferente."
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