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teste USP
Sistema armazena arquivos para redes
SINALIZAÇÃO > O SC101, da NetGear, duplica os dados para aumentar a segurança; instalação e interface são pontos falhos
ODEMIR MARTINEZ BRUNO
ESPECIAL PARA A FOLHA
Sistemas de armazenamento
e compartilhamento de dados
(storage) são, em geral, equipamentos de alto custo. Já o
SC101, da NetGear, é uma solução de baixo custo para compartilhar e armazenar dados
em rede em residências e em
pequenos escritórios.
O equipamento é compacto e
permite acoplar até duas unidades de discos rígidos IDE padrão Pata. O equipamento funciona em redes padrão TCP/IP
com fornecedor de IPs dinâmicos DHCP, sendo compatível
com as velocidades 10/100
Mbps. Além do CD de instalação, acompanha também um
programa de gerenciamento de
backup (SmartSync Pro).
O produto é compatível com
sistemas Windows 2000 e XP,
o que limita seu uso, já que deixa de fora usuários de Macintosh e de Linux.
Design
O SC101 é compacto
(17,15x10,80x14,38 cm), não
sendo muito maior que duas
unidades de disco.
Os discos rígidos são alojados
em duas baias, acessíveis pela
remoção da tampa frontal. As
baias, bem como a principal estrutura do aparelho, são de metal e funcionam como dissipador de calor dos discos. Isso dispensa o cooler para a refrigeração, o que torna o equipamento
simples, confiável e silencioso.
O SC101 possui um conector
de rede e de alimentação na
parte traseira, além de um botão de reset. Na parte frontal,
possui três leds indicadores (de
rede, disco e força).
O SC101 apresenta alguns
pontos favoráveis para a segurança de dados. Ele pode ser
configurado com Mirror espelhamento (RAID1), tecnologia
que realiza duplicação de dados
físicos e lógicos. Nos sistemas
de Mirror espelhamento, são
utilizados dois discos. O sistema armazena os arquivos em
ambos e, se um dos discos falhar, os dados continuam seguros e acessíveis no outro.
Os discos do SC101 podem
ser particionados de acordo
com as necessidades do usuário. Cada partição recebe um
endereço IP designado automaticamente pelo DHCP. As
partições são protegidas por senha e pela própria formatação,
não podendo ser acessadas diretamente na rede.
É necessário instalar e configurar cada máquina, fornecendo informações sobre quais
partições terão acesso permitido. Após a configuração da máquina, as partições do SC101
são visíveis pelo Explorer, como se fossem discos locais.
Instalação
A documentação é um dos
pontos negativos do equipamento. Embora tenha uma versão em inglês e outra em português, o manual impresso é muito resumido (apenas uma folha) e não traz informações suficientes para a instalação nem
apresenta dados de compatibilidade e detalhes de operação.
O produto foi testado em dois
ambientes de redes, e a instalação não demonstrou ser uma
tarefa fácil. Em um ambiente
de rede ideal, o aparelho apresentou algumas deficiências e
teve uma instalação com dificuldade classificada como média, que poderia ser feita por
um usuário experiente.
Já no segundo caso, o sistema
foi testado em uma rede simulando uma residência real ou
um pequeno escritório, onde,
embora a rede estivesse funcional, estavam presentes pequenas falhas de configuração.
Nesse caso, o equipamento
apresentou problemas mais
graves, que demandariam auxílio de um técnico para a devida
instalação. Esse foi um ponto
falho do equipamento, principalmente porque, em geral, as
redes domésticas e de pequenos escritórios não apresentam
configurações ideais, por serem
configuradas muitas vezes pelos próprios usuários.
As principais deficiências observadas no teste foram a usabilidade e a interface com o
usuário. O principal soft de
configuração do SC101 parece
um software em versão inicial,
que apresenta algumas inconsistências de interface e uso.
Por exemplo, pela opção visualizar/atachar não é possível
obter informações dos discos já
configurados. Para isso, é necessário retornar uma tela e selecionar outra opção.
Outra situação em que fica
claro a deficiência da interface
é a necessidade do usuário digitar o tamanho da partição que
deseja utilizar. Na maioria dos
programas, bastaria um Enter
para montar uma única partição no disco, o que não acontece no programa do SC101.
A interface do SC101 também
deixa a desejar. A falta de informações sobre o estado do equipamento complica a vida do
usuário. Por exemplo, o sistema demora um pouco mais de
dois minutos para realizar o
boot, e o SC101 não mostra nenhuma sinalização que indique
o término desse processo.
Outro ponto importante são
as mensagens de erro. A documentação não descreve o funcionamento delas (por exemplo: disco incompatível ou desplugado), que são informadas
pelo número de piscadas no led
indicador de força.
O equipamento deveria apresentar um indicativo luminoso
ou sonoro específico para os erros. Se o sistema apresenta algum erro, como um disco incompatível ou desplugado, o
SC101 não exibe nenhuma informação visual ou sonora.
Sem mensagens de erro, o diagnóstico de eventuais problemas ou falhas é uma tarefa praticamente de adivinhação.
Um problema do sistema é o
formato próprio: o conteúdo do
disco não pode ser visto se ligado diretamente a um computador, o que dificulta a manutenção. Nos testes, tentamos remover uma partição de um disco formatado pelo SC101. Mesmo com suporte da própria empresa, não foi possível remover
a partição criada pelo sistema.
Foi necessário plugar o disco
em uma máquina e usar um utilitário como o Gparted para
apagar a partição.
O preço atraente, de R$ 405,
e o design tornam o equipamento uma alternativa compacta e elegante para pequenas
redes, que muitas vezes usam
PCs antigos como servidores.
Odemir Martinez Bruno é livre-docente em ciência da computação e doutor em física pela USP.
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