São Paulo, quarta-feira, 13 de dezembro de 2006

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Games criam economia que mescla dinheiro virtual e real

Simuladores contam com moeda corrente, inflação e especulação imobiliária

DA REPORTAGEM LOCAL

Para alguns, passar horas em games on-line está longe de ser uma inocente forma de diversão. Os MMORPGs, jogos de interpretação de papéis para múltiplos jogadores simultâneos, criaram mundos tão complexos que já possuem moeda corrente, inflação e especulação imobiliária. Mais do que isso: em boa parte dos jogos é possível trocar o dinheiro virtual por uma boa quantia de dólares de verdade.
No mundo virtual de Second Life, que possui até uma página oficial com cotações (secondlife.com/currency), as conversões de moedas virtual e real são incentivadas pela produtora do game. No jogo é possível comprar terrenos, criar objetos e vendê-los por valores que variam de acordo com o balanço entre a oferta e a procura no mercado virtual.
Recentemente, os produtores do game receberam reclamações de proprietários de terrenos no jogo. Devido ao aumento de usuários, novos terrenos foram criados- desvalorizando as propriedades de quem havia acabado de comprar "terras" no jogo.

Exploração
Em World of Warcraft, título no qual o internauta encarna personagens de um mundo medieval que lembra o de "O Senhor dos Anéis", o mercado é tão desenvolvido que possui até jogadores profissionais que são pagos para recolher gold, a moeda vigente no universo do popular game de estratégia.
A técnica, que também aparece em outros jogos, foi batizada de gold farming, ou plantação de ouro, em uma tradução livre. A produtora de World of Warcraft não aprova a conversão de pontos do jogo em dinheiro nem a venda de personagens e de armas.
Por outro lado, sites alternativos como o MySuperSales.com, servem como ponto de venda de itens do WOW e de vários outros jogos, como EverQuest e Lineage.
Nessas páginas, o jogador pode comprar e vender artigos virtuais com dinheiro de verdade. Uma remessa de 100 golds custa cerca de US$ 20, e 4.000 golds custam cerca de US$ 760.

Vende-se mago
Além de transformar terrenos e pontos virtuais em dinheiro vivo, muito jogadores vendem seus próprios avatares, ou seja, a figura digital que os representa na internet.
Geralmente o internauta ingressa nos universos virtuais com uma mão na frente e a outra atrás, e vai adquirindo habilidades conforme passa mais tempo jogando.
Quem já passou por essa etapa e tem um personagem com poderes e itens especiais acumulados transforma o avatar em dinheiro. O comércio de magos, de guerreiros e de criaturas da mitologia dos games é tão forte que existe até uma categoria para esse tipo de "produto" no site de leilões eBay.
Em uma pesquisa rápida, é possível encontrar itens como uma criatura de Everquest 2, custando mais de US$ 200. (JB)


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