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Mundo tem tribos virtuais e é suporte para games quase independentes
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Mais que um jogo, Second Life é um universo com regras físicas e sociais bastante flexíveis. A maior parte do conteúdo
do mundo é gerada pelos usuários, que possuem ferramentas
para exercer a criatividade.
Para começar, é possível alterar a aparência do avatar, que é
imortal e não tem necessidades
fisiológicas. Um programa permite modificar desde os detalhes do rosto até as peças básicas do vestuário, englobando
roupas íntimas. Os resultados
aparecem em tempo real. A
criação dos objetos é semelhante, mas mais complexa.
Ainda há uma linguagem, a
Linden Script Language (LSL),
com a qual se programam as
criações. Por exemplo, dá para
fazer um animal de estimação
interagir com o ambiente.
Sociedade
Muitas tribos habitam o metaverso. A estética gótica, a cultura ciberpunk e a fantasia medieval são temas comuns. A coisa vai além em ilhas como a Samurai Island, onde impera um
código de conduta, com clãs e
critérios, para que os jogadores
ostentem o título que batiza o
território.
Nessa linha, existem um clube aeronáutico, espaços que
cultuam o sadomasoquismo e
até organizações políticas que
reproduzem disputas reais. Já
houve, por exemplo, um protesto contra a instalação virtual
da Frente Nacional, o partido
francês ultranacionalista cujo
expoente é Jean Marie Le Pen.
Um grupo, a Unidade de Esquerda SL, fez barulho na ação.
Jogos
Dentro de Second Life, é possível criar jogos independentes
da Linden, com regras diferentes do resto do metaverso. Dark
Life é um exemplo. O usuário
compra a mochila (L$ 500) que
carrega o código do jogo e se diverte enfrentando inimigos.
Seu avatar ganha estatísticas,
acumula experiência e pode
travar batalhas. Atividades
mais exóticas para videogames
também têm a sua vez. O avatar
pode testar a paciência pescando na ilha de Alston ou deslizar
em uma prancha por uma montanha nevada na ilha Wengen.
Ciências
Dezenas de universidades,
museus e livrarias estão dentro
do metaverso. A Escola de Direito de Harward organizou um
curso de extensão com aulas
dentro do jogo que versava sobre argumentação em espaços
virtuais. A Universidade de Idaho desenvolve, em duas ilhas, o
Play2Train, cujo site explica o
objetivo: simular situações de
contenção de bioterrorismo.
A ilha Spaceport Alpha, organizada por entusiastas da exploração espacial, reproduz espaçonaves que respeitam escalas verdadeiras. Em um globo
tridimensional é possível carregar a cobertura com imagens
da Nasa, como do solo de Marte
ou da iluminação noturna da
Terra.
Duas ilhas cheias de experimentos interativos são as Info
Island I e II. Na segunda, é possível passear entre micros que
marcaram época, no Museu da
História do Computador.
(GVB)
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