São Paulo, quarta-feira, 15 de setembro de 2004

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TESTE USP

Tela de cristal líquido começa a ficar acessível para usuário doméstico

Preço é atração de monitor fininho

AGMA JUCI MACHADO TRAINA
MARCOS RODRIGUES VIEIRA
RENATO BUENO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Gradualmente, os monitores de cristal líquido (Liquid Crystal Display - LCD) vêm tomando o lugar dos monitores convencionais de tubo de raios catódicos (Cathode Ray Tube - CRT).
As principais vantagens que os LCDs têm sobre os CRTs são ocupar menos espaço e pesar menos (quase um quarto do peso), apresentar imagens menos distorcidas, consumir menos energia (até metade do consumo) e emitir menos radiação e calor.
As principais desvantagens, que retardam a total substituição dos CRTs pelos LCDs, são os altos preços ainda praticados no Brasil (cerca de quatro vezes os dos CRTs), alguns problemas de definição das cores e tempo excessivo de atualização das imagens.
Este teste avaliou o monitor de cristal líquido LM720B de 17 polegadas, que é fabricado pela AOC do Brasil. O destaque é o custo competitivo, em comparação com outros monitores LCD do mercado brasileiro. Ele pesa apenas 5,2 kg e sua tela tem espessura de 5,8 cm (com a base, 17,3 cm).
O modelo ainda inclui caixas de som integradas de potência real de 2 W. Para quem possui restrições de espaço, as caixas de som integradas são uma boa opção, embora não sejam a melhor para os amantes de jogos e filmes devido à sua baixa potência.

Economia
O monitor é econômico (consumo máximo de 45 W) em comparação com os CRTs de 17 polegadas, que consomem 80 W em média. Ele tem apenas entrada analógica, como a maioria dos seus concorrentes, o que impossibilita o uso direto da saída digital normalmente encontrada nas placas de vídeo mais modernas.
O tamanho da tela é real, ou seja, o monitor apresenta área visível de 17 polegadas -quase a mesma de um monitor CRT de 19 polegadas, que tem 18 polegadas de tela real. A base do monitor possibilita apenas o ajuste de inclinação da tela (não permite rotações nem ajustes de altura).
O modelo analisado tem garantia de três anos. Segundo o manual, alguns pixels defeituosos são considerados sintomas normais, e, portanto, não indicam problema do produto.
Garantia é um fator muito importante, pois a maioria dos fabricantes tem restrições para a troca de equipamentos dependendo da quantidade de pixels defeituosos e não é possível consertar somente esse defeito -todo o monitor deve ser trocado.
A resolução máxima (nativa) é de 1.280x1.024 pixels, que é geralmente a máxima dos modelos econômicos. Para outras resoluções menores, podem surgir problemas na imagem, como distorção e perda de qualidade.
O monitor pode apresentar até 16,2 milhões de cores.

Deficiências
Para os fãs de jogos e filmes, o LM720B não é o monitor ideal, pois o tempo de resposta (atualização da tela do monitor) é relativamente alto, de 25 ms, podendo causar o efeito "fantasma". Há monitores com menor tempo de atualização e com maior resolução, porém eles são mais caros.
Outra deficiência é a relação de contraste, que mede a diferença de luminosidade entre o branco máximo e o preto que o monitor é capaz de gerar. A relação de contraste do LM720B é de 350:1, mas valores superiores são facilmente encontrados em monitores similares.
Quanto à operação, existem cinco idiomas no menu do monitor, mas o português não está entre eles, apesar de o produto ser montado no Brasil. O manual possui uma seção destinada à língua portuguesa, mas ela contém vários erros de tradução.

Preço
O modelo testado é plug-and-play. Os drivers (programas adaptadores) de instalação estão em um disquete para as versões do Windows 9x/2000/Me e não há driver específico para o Linux. Apesar disso, o monitor foi instalado também no ambiente Linux Red Hat 9 e funcionou normalmente com o driver LCD genérico. Quanto ao ambiente Windows, testamos no Windows 2000 e XP, utilizando o driver genérico do pacote.
Embora o modelo LM720B da AOC não seja o ideal para todos os tipos de usuário, o preço é o grande atrativo deste monitor com tela de cristal líquido. Custando em torno de R$ 2.069 (www.submarino.com.br), é pelo menos 10% mais barato que a média dos concorrentes (cujos preços ficam acima de R$ 2.250).


AGMA JUCI MACHADO TRAINA é mestre em ciências, doutora em física computacional e professora livre-docente do Departamento de Ciências de Computação do ICMC-USP-São Carlos. MARCOS RODRIGUES VIEIRA é engenheiro de computação e mestre em ciências de computação. RENATO BUENO é bacharel em ciências de computação.


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