São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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reportagem de capa

Pacientes recebem orientação via e-mail

CIBERTERAPIA No Brasil, terapia à distância não é reconhecida oficialmente, mas psicólogos dão primeiros socorros

DA REPORTAGEM LOCAL

Sai o divã, entra o programa de e-mail. Pode parecer simples demais, mas essa medida está ajudando pacientes e psicólogos a obterem melhores resultados. A orientação à distância não substitui a terapia tradicional, mas o anonimato oferecido pela internet torna as consultas mais objetivas e, muitas vezes, mais sinceras.
"Muitos pacientes preferem a discrição da internet para contar os seus problemas", diz a professora Rosa Farah, que coordena o Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática da PUC (www.pucsp.br/clinica). Segundo estudos do especialista Oliver Zancul Prado, um dos organizadores do PsicoInfo, o atendimento on-line pode aproveitar as vantagens da tecnologia. Com o correio eletrônico, as queixas podem ser lidas com mais calma pelo psicólogo, e a análise da evolução dos casos fica mais fácil. Com o chat, é possível obter reações espontâneas e juntar grupos de pacientes mais facilmente. Há ainda a necessidade de aperfeiçoar a interação entre paciente e terapeuta.
As conversas a distância, porém, podem trazer interpretações equivocadas e reproduzir diálogos truncados, devido a distrações ou a interrupções na hora da leitura das orientações. "Esse é o desafio de agora: sair do comodismo de nossos consultórios e atuar neste complexo mundo do qual somos todos vítimas e responsáveis", resume a psicóloga Rosana Zanella.

Orientação
No Brasil, diferentemente do que acontece em outros países, os profissionais não são autorizados a realizar terapias completas usando a internet. Os serviços oferecidos são apenas orientações para quem tem dificuldades e, em casos mais sérios, é indicado um tratamento presencial. Além dos psicólogos que respondem a e-mails, existem páginas especializadas em conselhos como a Ser Melhor (www.sermelhor.com) e a Atlaspsico (www.atlaspsico.com.br), que trazem orientações sobre saúde, sexualidade e vida profissional. Esses sites são exemplos de páginas que receberam a autorização do Conselho Federal de Psicologia por meio de um selo (www.cfp.org.br/selo/Inicial.php) que garante a qualidade e a seriedade de serviços via internet. (JB)


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