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reportagem de capa
Pacientes recebem orientação via e-mail
CIBERTERAPIA No Brasil, terapia à distância não é reconhecida oficialmente, mas psicólogos dão primeiros socorros
DA REPORTAGEM LOCAL
Sai o divã, entra o programa
de e-mail. Pode parecer simples demais, mas essa medida
está ajudando pacientes e psicólogos a obterem melhores resultados. A orientação à distância não substitui a terapia tradicional, mas o anonimato oferecido pela internet torna as consultas mais objetivas e, muitas
vezes, mais sinceras.
"Muitos pacientes preferem
a discrição da internet para
contar os seus problemas", diz
a professora Rosa Farah, que
coordena o Núcleo de Pesquisas em Psicologia e Informática
da PUC (www.pucsp.br/clinica). Segundo estudos do
especialista Oliver Zancul Prado, um dos organizadores do
PsicoInfo, o atendimento on-line pode aproveitar as vantagens da tecnologia. Com o correio eletrônico, as queixas podem ser lidas com mais calma
pelo psicólogo, e a análise da
evolução dos casos fica mais fácil. Com o chat, é possível obter
reações espontâneas e juntar
grupos de pacientes mais facilmente. Há ainda a necessidade
de aperfeiçoar a interação entre paciente e terapeuta.
As conversas a distância, porém, podem trazer interpretações equivocadas e reproduzir
diálogos truncados, devido a
distrações ou a interrupções na
hora da leitura das orientações.
"Esse é o desafio de agora: sair
do comodismo de nossos consultórios e atuar neste complexo mundo do qual somos todos
vítimas e responsáveis", resume a psicóloga Rosana Zanella.
Orientação
No Brasil, diferentemente do
que acontece em outros países,
os profissionais não são autorizados a realizar terapias completas usando a internet. Os
serviços oferecidos são apenas
orientações para quem tem dificuldades e, em casos mais sérios, é indicado um tratamento
presencial. Além dos psicólogos que respondem a e-mails,
existem páginas especializadas
em conselhos como a Ser Melhor (www.sermelhor.com) e
a Atlaspsico (www.atlaspsico.com.br), que trazem
orientações sobre saúde, sexualidade e vida profissional.
Esses sites são exemplos de páginas que receberam a autorização do Conselho Federal de
Psicologia por meio de um selo
(www.cfp.org.br/selo/Inicial.php) que garante a
qualidade e a seriedade de serviços via internet.
(JB)
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