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Jovem tarda a reconhecer uso excessivo
Julia Moraes/Folha Imagem
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Rosa Farah, coordenadora da clínica da PUC-SP, que auxilia no tratamento de viciados em internet |
DA REPORTAGEM LOCAL
Por ser um problema relativamente novo, o tratamento para o vício em internet
ainda é um grande desafio
para os psicólogos. Segundo
os especialistas ouvidos pela
Folha, os efeitos maléficos
do uso excessivo de computadores demoram a aparecer.
"A pessoa só percebe que
está sendo prejudicada por
um vício quando começa a
sentir os prejuízos", explica o
professor da Unifesp Aderbal Vieira Júnior.
Diferentemente do que
ocorre com os viciados em jogo ou em drogas, que sentem
as perdas financeiras e sociais
de forma rápida, quem faz uso
excessivo de internet pode demorar anos para notar que sua
vida está sendo pautada por
uma doença grave.
"É difícil perceber. Se um
adolescente chega várias vezes atrasado na escola porque
passou a noite jogando on-line, os pais acham que é uma
coisa normal da idade", diz
Vieira Júnior. A falta de repressão dos pais ou da própria
sociedade, no caso de adultos,
facilita a piora no quadro de
dependência.
A fonte do problema, porém, não é a rede e suas inesgotáveis atrações. Em boa parte dos casos, a internet atua
como uma espécie de substituta para sensações que faltam na vida real da pessoa. O
acesso abusivo das salas de bate-papo e de mensageiros, por
exemplo, supriria a ausência
de relações interpessoais.
Assim, o tratamento mais
adequado é convencer o usuário a dosar melhor suas atividades. Atualmente, parar totalmente de usar o computador acarretaria prejuízos profissionais e isolamento.
Não existe uma idade ou característica predominante
nos pacientes que fazem uso
excessivo da internet. Muitos
são adolescentes, pois a iniciativa do tratamento parte dos
pais. Para os especialistas, porém, os sintomas do vício começam aparecer na fase adulta, quando o problema passa a
afetar os compromissos profissionais e o corpo não suporta mais tantos abusos.
(JB)
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