São Paulo, quarta-feira, 15 de novembro de 2006

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Freud explica o ímpeto dos hackers, dizem psicólogos

DA REPORTAGEM LOCAL

O hacker está para a psicologia informática assim como o serial killer está para a análise das mentes criminosas. Inteligentes e metódicos em seus atos, os peritos em informática têm seu comportamento discutido por diversas linhas de pensamento. Uma delas é a psicologia de grupos, proposta por Freud, na qual o mestre da psicanálise diz que a atuação coletiva reforça as idéias e dilui as responsabilidades. Somado a isso, há o anonimato e a impunidade, dois fatores que incentivam jovens a usar invasões e vírus como meios de protestar ou de buscar fama.
Em um estudo empírico, que contou com entrevistas com com 12 grupos brasileiros de desfiguradores de sites, a médica-psiquiatra Vera Sá concluiu que usar conhecimentos avançados para depredar sites e computadores é uma forma de afirmação. "A invasão de sites pode ser vista como um resgate da singularidade da experiência de passagem do jovem na cultura digital, em um momento em que, pela primeira vez, os jovens sabem mais do que os velhos", diz Sá.
De acordo com os estudos da especialista, os defacers, como são conhecidos no jargão da informática, são adolescentes que buscam notoriedade e não conhecem pessoalmente seus rivais nem seus parceiros.
Outro conceito que ajuda a explicar o comportamento dos hackers é o superego, uma representação inconsciente de todas as normas e as pressões exercidas pela sociedade.
Na internet, não há um conjunto de leis e de códigos morais tão sólido quanto no mundo real, e isso serve de incentivo para a prática de atos de vandalismo virtual, como as invasões.
Segundo os especialistas, porém, a liberdade da internet não transforma um estudante pacífico em um perigoso ciberterrorista. Geralmente, a pessoa que sofre de um transtorno anti-social de comportamento não leva em conta as regras e não se coloca no lugar de sua vítima. Elas, porém, têm senso de risco e buscam benefícios em suas ações. (JB)


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