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Freud explica o ímpeto dos hackers, dizem psicólogos
DA REPORTAGEM LOCAL
O hacker está para a psicologia informática assim como o
serial killer está para a análise
das mentes criminosas. Inteligentes e metódicos em seus
atos, os peritos em informática
têm seu comportamento discutido por diversas linhas de pensamento. Uma delas é a psicologia de grupos, proposta por
Freud, na qual o mestre da psicanálise diz que a atuação coletiva reforça as idéias e dilui as
responsabilidades. Somado a
isso, há o anonimato e a impunidade, dois fatores que incentivam jovens a usar invasões e
vírus como meios de protestar
ou de buscar fama.
Em um estudo empírico, que
contou com entrevistas com
com 12 grupos brasileiros de
desfiguradores de sites, a médica-psiquiatra Vera Sá concluiu
que usar conhecimentos avançados para depredar sites e
computadores é uma forma de
afirmação. "A invasão de sites
pode ser vista como um resgate
da singularidade da experiência de passagem do jovem na
cultura digital, em um momento em que, pela primeira vez, os
jovens sabem mais do que os
velhos", diz Sá.
De acordo com os estudos da
especialista, os defacers, como
são conhecidos no jargão da informática, são adolescentes
que buscam notoriedade e não
conhecem pessoalmente seus
rivais nem seus parceiros.
Outro conceito que ajuda a
explicar o comportamento dos
hackers é o superego, uma representação inconsciente de
todas as normas e as pressões
exercidas pela sociedade.
Na internet, não há um conjunto de leis e de códigos morais tão sólido quanto no mundo real, e isso serve de incentivo
para a prática de atos de vandalismo virtual, como as invasões.
Segundo os especialistas, porém, a liberdade da internet
não transforma um estudante
pacífico em um perigoso ciberterrorista. Geralmente, a pessoa que sofre de um transtorno
anti-social de comportamento
não leva em conta as regras e
não se coloca no lugar de sua vítima. Elas, porém, têm senso de
risco e buscam benefícios em
suas ações.
(JB)
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