DO "NEW YORK TIMES"

Quer andar um quilômetro com os sapatos de camurça azul ("blue suede shoes") de Elvis Presley? Isso lhe custará US$ 0,50. Em uma economia desacelerada, talvez isso seja um luxo acessível para quem freqüenta um mundo virtual como o do Gaia Online (www.gaiaonline.com), que começa a vender acessórios digitais que imitam o estilo dessa lenda do rock. As pessoas mais jovens talvez prefiram desembolsar US$ 2 por um chapéu de feltro característico de Justin Timberlake ou US$ 3 por um par de dobermanns de Snoop Dogg a fim de abrilhantar seus personagens, conhecidos como avatares. Esse é o objetivo por trás da Virtual Greats, uma nova empresa de Huntington Beach, na Califórnia. O Gaia Online, um mundo para jovens com 7 milhões de visitas mensais, vende mais de US$ 1 milhão por mês em mercadorias virtuais e espera para dezembro um mês recorde de vendas. A IMVU, empresa rival, também teve um aumento de algo entre 15% e 20% em vendas desde setembro. Segundo estimativas, os consumidores gastam cerca de US$ 1,5 bilhão por ano com produtos virtuais no mundo todo. Dan Jansen, ex-dirigente do BCG (Boston Consulting Group), empresa especializada em mídia e entretenimento, fundou a Virtual Greats em parceria com a agência de propaganda Millions of Us. Produtos virtuais têm margem de lucro de 70% a 90% por não custarem muito para armazenar, reproduzir ou distribuir. Ainda assim, gerar lucro requer um alto volume de vendas. O período de retração da economia pode fazer muitas pessoas reconsiderarem a idéia de gastar dinheiro real a fim de equipar personagens com acessórios de Elvis ou Snoop Dogg. Mesmo assim, Jansen defende que as pessoas sempre desejam o glamour das roupas de grife. "Talvez você não possa arcar com as despesas de uma bolsa Louis Vuitton, mas isso é possível de forma virtual. Elas são um luxo acessível em meio a esse momento econômico difícil." (STEFANIE OLSEN)

Tradução de FABIANO FLEURY DE SOUZA CAMPOS

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