São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

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internet

Redes sociais apontam futuro on-line

WEB 2.0 Internauta cria conteúdo e recebe atenção de empresas, que buscam oferecer informações contextualizadas

Divulgação
Nem toda informação pode ser encontrada no Google, principalmente se diz respeito ao valor do Orkut, criado por Orkut Büyükkokten; a assessoria da empresa não dá números

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

No começo era o portal. A experiência do internauta na rede se resumia à segurança dos grandes sites e de suas ofertas. Mas em 1999 tudo mudou. Serviços como o LiveJournal e o Blogger inauguraram a cultura dos blogs, e a web 2.0 nasceu, mudando a sociedade e definindo o futuro da internet.
"Você já tentou escrever editando uma página em HTML? É terrível", diz Marcelo Coutinho, diretor do Ibope Inteligência. "Antes da web 2.0, o conteúdo era o rei, e quem tivesse mais sob seu chapéu triunfaria. Hoje, cada internauta é um produtor de conteúdo e gerador de valor."
A web 2.0 caiu nas graças dos usuários e do mercado. É definida pela transição do internauta de mero espectador e consumidor para criador, recriador de informação. A notícia apresentada pela mídia é retrabalhada e comentada nos blogs. O videoclipe é remixado e enviado para o YouTube, e fotos do mundo inteiro ganham sentido ao serem classificadas e qualificadas pelos internautas em álbuns como o Flickr.

Impacto das redes sociais
O Orkut é o site mais acessado no Brasil e semelhantes como MySpace, Facebook, Mixi, Friendster e Bebo fazem sucesso no resto do mundo.
Especialistas não se arriscam a prever o futuro da internet, mas concordam que as redes sociais estarão nele, com um papel até maior que o atual. "Quem imaginaria há cinco anos que o Orkut faria tanto sucesso?", ilustra Coutinho.
O analista do Ibope afirma que o esvaziamento do espaço social nas grandes cidades, por questões como o custo do lazer e a violência, aproxima o cidadão do contato pela rede social.
"As empresas já descobriram o potencial desse mercado, mas ainda pensam em controlá-lo, como fazem em outros meios. Quando uma empresa de mídia permitiria que seus leitores dessem notas para uma matéria?", questiona.
A importância das redes sociais para a internet atual é tão grande que especialistas chegam a considerá-las concorrentes dos mecanismos de busca por oferecerem informações contextualizadas. Em vez de um site sugerir a compra de um certo automóvel, a dica vem do amigo ou conhecido numa comunidade especializada do Facebook, por exemplo.
"Quando você combina redes sociais e serviços alimentados pelo internauta com resultados gerados por algoritmos e pela mídia, o resultado é maravilhoso", explica Steve Rubel, SVP e diretor de Insights da Edelman Digital nos EUA.
Um exemplo é o Maha lo.com. O mecanismo de busca combina respostas de buscadores tradicionais com páginas especiais criadas por usuários.
As redes sociais também alteram o uso da internet. Cada vez mais usuários adotam os serviços como suas formas principais de comunicação, substituindo o e-mail e o mensageiro instantâneo.

Web 3.0
Rubel considera que o internauta já encara uma crise de atenção, que será uma questão essencial para o futuro da rede. "A quantidade de informação em busca do usuário ultrapassa a nossa capacidade de gerenciá-la. As pessoas terão que fazer escolhas sobre o que deixarão que entre em suas vidas. E a tecnologia vai ter que ajudar."
Um dos auxílios previstos é o da web semântica, ou web 3.0. Nela, o conteúdo será contextualizado. Agentes tecnológicos em software se encarregarão de entregar informação ao internauta de acordo com suas preferências e com a mínima administração do usuário. Como muito dessa rede já está na "cloud", ou nuvem informacional que compõe a internet, resta à tecnologia saber procurar. (MARCELO NÓBREGA)


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