São Paulo, quarta-feira, 19 de março de 2008

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Sem EUA, internet será global em 2009

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

A partir de 2009, a internet torna-se realmente global. Acaba a influência dos Estados Unidos sobre o Icann, organização que controla os servidores que nomeiam os sites da grande rede. Ao mesmo tempo, um fórum proposto pelas Nações Unidas debate como os países interconectados combaterão, juntos e cada vez melhor, as ameaças eletrônicas e os crimes transpostos do real para o virtual.
O Icann tem diretoria internacional, mas opera sob contrato com o Departamento de Comércio dos EUA, que ratifica decisões da organização -o que faz muitos temerem a influência americana na internet.
Para 2009, está previsto o fim da relação entre o Departamento de Comércio dos EUA e o Icann, abrindo caminho para a internacionalização da organização.
"Empurrava-se para o Icann a conversa sobre spam, pedofilia e outros assuntos porque não havia outro espaço para isso. Agora, alguns querem debater o futuro do Icann no IGF (Fórum de Governança da Internet), mas, pessoalmente, não acho que seja o melhor lugar para resolver isso", explica Markus Kummer, coordenador executivo do IGF, que reúne interessados de todos os setores para o nascimento de um sistema múltiplo, no qual todos têm palavra.
Embora o debate da governança passe por cibercrime, privacidade e liberdade de expressão na rede global, o papel do Icann ainda ocupa um espaço grande nos encontros do IGF. A instituição sem fins lucrativos controla os servidores do sistema de nomes de domínio, que atribui uma identificação única a cada computador conectado à internet. Sem eles, não haveria uma rede global.
Kummer defende a governança múltipla reforçada pelo IGF. "Alguns querem um tratado global, mas isso exige tempo e há muito que pode ser feito antes. No Reino Unido, sociedade, governo e empresas conseguiram reduzir os servidores locais que hospedavam pornografia infantil para zero."
Para o diplomata, já há organizações que agem globalmente, como a União Internacional de Telecomunicações, o Conselho da Europa, a Unesco e órgãos que regulam direitos autorais e tratados comerciais. Não há a necessidade de criar outra organização. O poder do IGF é juntar esses debates. (MN)


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