São Paulo, quarta-feira, 19 de setembro de 2007

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Cientistas pedem moral robótica

MARCUS WOHLSEN
DA ASSOCIATED PRESS

Máquinas que superam, em inteligência, seus criadores humanos. Segundo futuristas reunidos em conferência na semana passada, nos EUA, a tecnologia avança rumo a esse ponto.
O evento "A Cúpula da Singularidade: Inteligência Artificial e o Futuro da Humanidade" reuniu centenas de fanáticos por tecnologia e cientistas para imaginarem um futuro no qual haveria computadores capazes de se autoprogramar, e implantes de cérebro capazes de tornar o raciocínio humano quase tão rápido quanto o dos microprocessadores atuais.
Os especialistas reunidos no encontro avisaram que chegou o momento de criar diretrizes éticas capazes de garantir que os avanços científicos representem benefícios, e não malefícios.
"Nós e o nosso mundo não seremos mais nós", afirmou em uma palestra Rodney Brooks, professor de robótica do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). Quando se trata dos computadores, disse Brooks, "a pergunta sobre quem são eles e quem somos nós mudará de feição".
Eliezer Yudkowsky, co-fundador do Instituto Singularidade para a Inteligência Artificial, nos EUA, pesquisa o desenvolvimento da chamada "inteligência artificial amigável".
O maior temor dele, revelou, é que um inventor brilhante crie uma inteligência artificial imoral e capaz de realizar avanços sozinha, sem depender dos humanos: ela pode se tornar hostil.
Singularidade foi o termo cunhado para descrever esse tipo de transformação tecnológica.
Alguns especialistas ridicularizam os singularistas devido à obsessão com a "salvação por meio da tecnologia". Os piadistas falam em "o apocalipse dos nerds". As previsões deles baseiam-se tanto na ciência quanto na ficção científica, dizem os que discordam.


Tradução de RODRIGO CAMPOS CASTRO


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