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"Não existem objetos 100% adequados"
DA REPORTAGEM LOCAL
"Não há uma contradição,
em princípio, entre o belo e
aquilo que tem uso mais anatômico ou mais confortável",
afirma Laerte Idal Sznelwar,
professor do Departamento
de Engenharia de Produção
da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São
Paulo) e especialista em ergonomia.
Segundo Sznelwar, evitar
lesões causadas pelo uso do
computador depende mais
dos hábitos do usuário do
que de produtos desenhados
para se adaptarem à anatomia do corpo humano.
O especialista afirma que
não existem objetos 100%
adequados, e que, idealmente, eles deveriam ser adaptáveis às características do
usuário, como fisiologia, idade, sexo e experiência.
Sznelwar afirma que chamar um aparelho de ergonômico é, além de mero "argumento de marketing", um erro conceitual. O que existem
são requisitos mínimos para
tornar o uso mais confortável -quanto menos esforço
for necessário para a operação, melhor.
De nada adiantam bons
acessórios, porém, se o usuário não faz pausas durante o
uso e permanece longos períodos com a mesma postura.
Catando milho
Teclados que buscam
maior conformidade com a
anatomia das mãos, por
exemplo, são feitos para ser
operados com os dez dedos,
enquanto a maioria das pessoas "cata milho", segundo
Sznelwar.
Para o especialista, projetos de produtos focam cada
vez mais o usuário final, e escolas de design têm ensinado
bem a importância da ergonomia -o que não quer dizer
que não existam produtos
inadequados no mercado.
Alternativas ao uso de
mouse e teclado, como sistemas comandados por voz,
ainda que também não sejam
ideais, podem ajudar a evitar
lesões, afirma Sznelwar.
"De qualquer maneira, vale a pena investir no design
porque ele traz mais conforto", conclui.
(RC)
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