São Paulo, quarta-feira, 19 de novembro de 2008

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"Não existem objetos 100% adequados"

DA REPORTAGEM LOCAL

"Não há uma contradição, em princípio, entre o belo e aquilo que tem uso mais anatômico ou mais confortável", afirma Laerte Idal Sznelwar, professor do Departamento de Engenharia de Produção da Poli-USP (Escola Politécnica da Universidade de São Paulo) e especialista em ergonomia.
Segundo Sznelwar, evitar lesões causadas pelo uso do computador depende mais dos hábitos do usuário do que de produtos desenhados para se adaptarem à anatomia do corpo humano.
O especialista afirma que não existem objetos 100% adequados, e que, idealmente, eles deveriam ser adaptáveis às características do usuário, como fisiologia, idade, sexo e experiência.
Sznelwar afirma que chamar um aparelho de ergonômico é, além de mero "argumento de marketing", um erro conceitual. O que existem são requisitos mínimos para tornar o uso mais confortável -quanto menos esforço for necessário para a operação, melhor.
De nada adiantam bons acessórios, porém, se o usuário não faz pausas durante o uso e permanece longos períodos com a mesma postura.

Catando milho
Teclados que buscam maior conformidade com a anatomia das mãos, por exemplo, são feitos para ser operados com os dez dedos, enquanto a maioria das pessoas "cata milho", segundo Sznelwar.
Para o especialista, projetos de produtos focam cada vez mais o usuário final, e escolas de design têm ensinado bem a importância da ergonomia -o que não quer dizer que não existam produtos inadequados no mercado.
Alternativas ao uso de mouse e teclado, como sistemas comandados por voz, ainda que também não sejam ideais, podem ajudar a evitar lesões, afirma Sznelwar.
"De qualquer maneira, vale a pena investir no design porque ele traz mais conforto", conclui. (RC)


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