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Teleatendimento exige paciência dos usuários
Serviços mandam clientes à assistência técnica ou culpam o Windows por suposto problema no PC
DA REPORTAGEM LOCAL
Um Macintosh de R$ 6.000 e
um micro básico do programa
governamental "Computador
para Todos", vendido no supermercado por R$ 999, têm, ao
menos, uma coisa em comum:
em caso de defeito, suas fabricantes indicam uma visita à assistência técnica autorizada
mais próxima sem uma análise
mais detalhada da situação.
Essa foi a constatação feita
pela Folha ao consultar os serviços de atendimento ao cliente de seis fabricantes de PCs e
de três operadoras de telefonia
celular. Com variações mínimas no teor, as ligações terminaram da mesma forma.
No caso hipotético de um
computador que travava e desligava sozinho, os atendentes
recomendaram a troca do aparelho ou culparam o Windows.
No outro caso, com um pedido de troca de plano pós-pago
para pré-pago, os atendentes
pediram para voltar a ligar
mais tarde, quando o "sistema
voltasse a operar".
Para chegar a essas respostas, foi preciso de um total de
mais de uma hora de espera ao
som de gravações, de comerciais e de versões mecânicas de
clássicos como "Primavera", de
Vivaldi- composição usada no
Brasil como trilha sonora de
propaganda de sabonetes.
Micro queimado
Usando números de série obtidos em computadores expostos em lojas varejistas, a reportagem ligou para o suporte técnico das fabricantes Apple,
Dell, HP, Novadata, Positivo e
Semp Toshiba. O problema exposto, um PC que trava e desliga sozinho, poderia ser causado
por um vírus ou pelo encaixe
desleixado dos cabos de energia. Mesmo assim, os atendentes sugeriram apenas duas soluções: reinstalar o Windows
ou levar o micro para a assistência técnica. Esse atendimento apressado poderia custar caro para quem tem um
produto fora do prazo de garantia ou gerar inconvenientes para quem tem um micro sem um
problema mais grave.
Contra o sistema
Ser atendido por uma operadora de celular requer tempo e
paciência. Para conseguir expor seu problema ou pedido, é
preciso digitar seu número de
telefone, escolher opções de
um menu e, depois disso, descobrir que precisa ser transferido para outro departamento de
atendimento. Nos casos da
Tim, da Claro e da Vivo, o pedido de mudança de plano foi cercado de perguntas estranhas. O
cliente precisa dizer se faz ligações internacionais. A alegação
dos atendentes é que a confirmação é para a segurança.
(JB)
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