São Paulo, quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

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internet

Piratas criam Oscar alternativo na rede

COISA DE CINEMA Portal indica links ilegais para o download de filmes que concorrem ao prêmio e debocha dos estúdios

JULIANO BARRETO
DA REPORTAGEM LOCAL

Fazer um Oscar alternativo na internet, em que todos os filmes podem ser baixados gratuitamente e quem escolhe os vencedores é o público. Essa idéia saiu do papel, mas não houve um surto de bondade por parte da Academia.
A proeza coube aos suecos que mantêm o site PirateBay e foi transformada em realidade porque todo o conteúdo disponível no site OscarTorrents é pirata, ou seja, não conta com a autorização de seus produtores para ser distribuído.
Até os concorrentes de categorias técnicas, como edição de som e maquiagem, podem ser baixados, de graça, por meio da rede de trocas BitTorrent.
A votação não exige cadastro e é bastante imprecisa. Os visitantes podem votar em mais de um filme por categoria clicando em uma animação que vai de uma a cinco estrelas.
Mesmo assim, os resultados da eleição serão anunciados com certa pompa. A promessa é fazer os anúncios na mesma ordem e ao mesmo tempo em que a cerimônia original ocorrer, na noite do próximo domingo.
Até o fechamento desta edição, o site da Associação da Indústria Cinematográfica dos EUA (www.mpaa.org) não havia feito nenhuma menção ao OscarTorrents. A entidade tem concentrado as suas operações de repressão na Ásia.
Em anúncio feito no começo deste mês, a MPAA disse que colaborou com 870 prisões de suspeitos na Operação Trident.
Enquanto isso, os membros do PirateBay fazem a festa.
No aviso sobre a ilegalidade dos downloads do Oscar- Torrents, é dito que a chance de um internauta ser processado por baixar filmes é menor do que a de uma pessoa ganhar na loteria. Os piratas encerram o texto perguntando aos executivos de Hollywood se "realmente há alguma dúvida sobre quem está ganhando?".

Vídeo Legal
Baixar filmes da internet não é sinônimo de pirataria. Na última semana, foi lançado o Veoh (www.veoh.com), um concorrente do YouTube que aposta em vídeos com boa qualidade de imagem, na distribuição de arquivos via P2P e no conteúdo legalizado.
O trunfo do Veoh, segundo os seus criadores, é a publicação dos vídeos em canais diferentes e a liberdade para publicar vídeos de qualquer tamanho ou duração -o que possibilitaria maior visibilidade do material na internet e a publicação de obras completas.
Executivos da Disney e do grupo Time Warner são os principais investidores do projeto, que exige um programa próprio para os downloads.
Para o executivo-chefe do site, Dmitry Shapiro, o serviço oferecido é como o de uma operadora de TV a cabo virtual.
O analista da Jupiter Research Joe Laszlo diz que o site pode ter sucesso se apostar no conteúdo doméstico de qualidade, que fica entre oa níveis profissional e o amador.
"É no meio dessas categorias que as coisas começam a ficar interessantes, pois há um número infinito de pessoas talentosas", disse Laszlo, em entrevista à agência de notícias Associated Press.


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