São Paulo, quarta-feira, 22 de setembro de 2004

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Uso de redes SMS extrapola política

DE NOVA YORK

Nem só de política vive o TxTMob, que foi usado nos protestos durante a convenção republicana em Nova York. "O primeiro uso foi político, mas agora as pessoas estão usando para muita coisa, mesmo para se comunicar com amigos", conta John Henry, membro do Instituto para Autonomia Aplicada.
Embora tenha sido o primeiro a produzir impacto social nos EUA, o TxTMob não é o pioneiro em criar grupos cadastrados para o recebimento e envio de mensagens por celular (SMS), nem o primeiro a usá-los politicamente.
"Os celulares estão mudando a forma como as pessoas se comportam. Trata-se de uma revolução social causada pela tecnologia", avalia Alberto Escarlate, autor do blogue CacheOp e colaborador do blogue Smart Mobs, um desdobramento do livro homônimo de Howard Rheingold sobre o tema. Segundo Rheingold, nas Filipinas e na Indonésia protestos contra o governo organizados por mensagens de texto são comuns, e a mesma tecnologia também foi usada neste ano durante os protestos realizados na Espanha contra a Guerra do Iraque.

Celebridades
Nos EUA, a frente mais explorada pelas redes de SMS é o entretenimento. No upoc.com, é possível se inscrever em um grupo sobre celebridades em Nova York e receber mensagens como "a Demi Moore está na 5ª Avenida, ou o Paul Newman está jantando em tal restaurante", conta Escarlate. "Entre os grupos há de tudo, desde os de caráter político até os que usam o serviço para combinar de andar de bicicleta."
Para Escarlate e Rheingold, as "smart mobs" (nomenclatura usada por Reighold em seu livro para definir as comunidades formadas a partir da tecnologia) têm sua versão primitiva nas flash mobs -fenômeno de comportamento que ecoou também no Brasil, pelo qual um grande grupo de desconhecidos combinava um encontro em um lugar inusitado, como, por exemplo, uma loja de brinquedos, para uma performance relâmpago.
"A vantagem é que se trata de uma tecnologia muito acessível. Mesmo em países mais pobres, muita gente tem celular." (LC)


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