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São Paulo, quarta-feira, 22 de outubro de 2003

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TECNOLOGIA

País possui mais de cem serviços baseados em localização, como listas de restaurantes e rastreamento de amigos próximos

Japoneses têm mapas e dicas de diversão

DA "TECHNOLOGY REVIEW"

Ren quer encontrar sua namorada no Zs, um bar no centro da cidade de Tóquio. Ela não sabe onde é. Então, ele faz o download de um mapa colorido em seu telefone celular e o envia por e-mail para o celular dela.
Essa se tornou uma cena comum nas cidades do Japão desde maio de 2000, quando a J-Phone, a terceira maior operadora de telefonia celular do país, lançou o J-Navi, o primeiro serviço de localização do Japão.
Logo após seu lançamento, o J-Navi -que hoje dá a localização de mais de 15 milhões de lugares interessantes em todo o país, incluindo lojas, cinemas, estações de metrô e banheiros públicos- registrava milhões de visitas à sua página. O serviço produziu uma verdadeira torrente de receitas para a J-Phone, uma subsidiária do conglomerado Vodafone, que cobra dos assinantes pelo uso da rede, bem como pelos mapas.
As outras duas companhias de telefonia móvel do Japão, a KDDI e a gigante NTT DoCoMo, rapidamente seguiram a J-Phone com seus serviços de conteúdo localizado e adicionaram itens como guias de restaurantes, previsão do tempo e horários de trens.
Dúzias de outros serviços de internet móvel que exploram informações de localização apareceram desde então.
"Todas as operadoras e seus provedores de conteúdo adotaram entusiasticamente [os serviços de localização]", diz Daniel Scuka, gerente de negócios da Wireless Watch Japan. "A determinação do local onde um usuário de serviço móvel está tornou-se um elemento fundamental no planejamento de qualquer novo conteúdo, aplicação ou serviço."

Popularização
É difícil saber quais são os números reais, mas estimativas colocam os usuários regulares de serviços de localização no Japão na faixa das dezenas de milhões.
Os jovens japoneses que gostam de engenhocas apreciam os serviços porque eles são baratos (alguns são gratuitos), convenientes e fáceis de acessar.
Os serviços mais utilizados são os mapas, a navegação e informações sobre a área -dicas sobre restaurantes e lojas que estão nas proximidades.
As técnicas de determinação de localização variam de "no-tech" a alta tecnologia. Na "no-tech", usuários de telefone registram a localização de suas residências e os provedores enviam o conteúdo a seus telefones -cupons de descontos para locadoras de vídeo da região, por exemplo.
As técnicas de alta tecnologia empregam os receptores telefônicos com Global Positioning System (GPS) que as operadoras começaram a vender no ano passado, de forma que os serviços possam ser personalizados de acordo com a última localização do usuário. A KDDI vendeu cerca de 5 milhões de aparelhos com GPS em apenas um ano.
Para a maioria dos serviços japoneses, entretanto, a localização de baixa tecnologia, que usa torres de telefonia celular, é suficientemente precisa.
Os usuários podem optar por receber mensagens de marketing com cupons ou ofertas promocionais -a verdadeira mina de ouro da internet móvel dentro de certas áreas. Em março, a J-Phone lançou o Loco Guide, que transmite uma grande variedade de informações para seus clientes com base em sua localização atual, incluindo detalhes sobre os próximos shows, filmes e outros eventos. No Japão, parece, o Big Brother (Grande Irmão) está mais interessado em orientá-lo do que em vigiá-lo.


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