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Demandas da indústria ditam rumo
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
A indústria e a sociedade ditam, atualmente,os rumos das pesquisas em inteligência artificial, que resultam em produtos e soluções práticas. Essa é a opinião de Flávio Corrêa da Silva, pesquisador do Laboratório de Lógica, Inteligência Artificial e Métodos Formais, da USP.
FOLHA - O que é inteligência artificial?
FLÁVIO CORRÊA - A definição mudou muito ao longo dos anos. Essa área tem data de nascimento: 1956, nos EUA. Ela nasceu com a questão: é possível construir computadores que pensem como as pessoas pensam?
As pesquisas inicias, de maneira geral, fracassaram, e a IA caiu em um período de desânimo.
A área renasceu nos anos 1970, com incentivos do governo japonês, com o objetivo de resolver questões práticas. Foram muitos os resultados. Por exemplo, os robôs na indústria de carros.
FOLHA - A partir daí, a pesquisa deslanchou?
CORRÊA - Não, houve um problema, na minha opinião, por parte dos pesquisadores, que começaram a fazer muita pesquisa básica. Os resultados não se convertiam em novos produtos. Houve um esgotamento da IA no meio dos anos 1990.
FOLHA - Quando isso mudou?
CORRÊA - Surpreendentemente, quando os produtos começaram a solicitar soluções dessa área. Vivemos um renascimento com desenvolvedores de outras áreas que estão se interessando pelos resultados da IA para responder ao que a indústria e as pessoas precisam.
FOLHA - Por exemplo?
CORRÊA - Os motores de busca usam o conceito de aprendizado computacional e de comportamento adaptativo.
Outro produto é o telefone celular, que demanda interações mais interessantes: o processamento de linguagem natural, a síntese de voz etc.
Uma área de destaque é o entretenimento digital.Quando construímos personagens de jogos, é um retorno aos anos 1950.
O próprio produto é inteligente, interage com as pessoas. Os jogos têm esse poder: colocar todo o potencial da IA para a construção de um sistema inteligente como nunca tinha aparecido. (GVB)
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