São Paulo, quarta-feira, 24 de setembro de 2003 |
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NOVA GERAÇÃO Processador Athlon 64 executa softwares de 32 bits sem perder desempenho, mas pode se beneficiar de adaptação Chip de 64 bits aceita soft convencional
DA REPORTAGEM LOCAL O processador Athlon 64, cujo lançamento mundial estava previsto para ontem, é derivado de um chip de 64 bits para servidores (máquinas de grande porte), o Opteron, que está no mercado desde março. Os chips de 64 bits que antecederam o Athlon 64 exigem programas adaptados para eles, o que dificulta sua popularização e praticamente inviabiliza sua adoção em PCs domésticos. Junto com o PowerPC 970, da Apple, o Athlon 64 é o primeiro processador de 64 bits destinado a micros caseiros e de pequenas empresas. Isso acontece porque os novos chips aceitam programas convencionais, de 32 bits, sem perda de desempenho. O Athlon 64 roda softwares de 32 bits sem perder performance porque utiliza uma linguagem de computação chamada x86-64, que nada mais é do que uma versão da linguagem x86 -usada em chips como o Pentium 4- "turbinada" para computar também dados de 64 bits. Apesar disso, é óbvio que o novo processador tende a se beneficiar de programas de 64 bits. O problema é que eles ainda são muito raros. Até a conclusão desta edição, não havia softwares multimídia -compressão e edição de vídeo e música- adaptados para o Athlon 64. A reportagem testou uma versão de 64 bits do sistema operacional Windows XP, mas, como ainda está em desenvolvimento, ela é instável, apresenta muitas falhas e tem desempenho inferior ao do Windows tradicional. O Athlon 64 tem três versões. Uma para laptops, outra de médio desempenho (64 3200+) e a topo de linha, que se chama 64 FX-51 e opera com taxa de "clock" (velocidade de comutação dos circuitos internos) de 2,2 GHz. Todas elas funcionam a 64 bits. A velocidade de 2,2 GHz pode parecer baixa comparada aos 3,2 GHz de um Pentium 4, mas ela não é o único fator que determina a velocidade de um chip: os ultrapotentes computadores da marca SGI (www.sgi.com), por exemplo, que são empregados em pesquisas científicas e na criação de efeitos especiais, funcionam a "apenas" 700 MHz. A versão topo de linha do Athlon 64 aciona dois pentes de memória ao mesmo tempo (Dual Channel), o que em tese dobra a performance da memória RAM. Como o processador usa a RAM para guardar os dados que serão computados e escrever os resultados obtidos, é importante que ela seja o mais veloz possível. O processador Pentium 4, da Intel também opera no modo Dual Channel e aceita memória RAM do tipo DDR400, a mesma do Athlon 64. Uma novidade do Athlon 64 é que o próprio processador controla a troca de dados com a memória RAM. Em chips como o Pentium 4, essa função fica a cargo da placa-mãe do computador. Como os dados que entram e saem da memória RAM não precisam passar pelo circuito controlador da placa-mãe (chipset) para entrar e sair do Athlon 64, seu tráfego tende a ser mais rápido. Atenta à popularidade do concorrente Pentium 4, a AMD projetou o Athlon 64 para que ele seja compatível com a tecnologia SSE2. Essa tecnologia, que é usada no chip da Intel, permite que as instruções enviadas por softwares compatíveis com ela sejam resumidas, elevando o desempenho. Por outro lado, o Athlon 64 não tem o sistema Hyper-Threading, presente no Pentium 4. (BG) Texto Anterior: Nova geração Próximo Texto: Performance não justifica mudança Índice |
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