São Paulo, quarta-feira, 25 de maio de 2005

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VENDAS ON-LINE

Comércio virtual conquista credibilidade e ganha clientes

ROSELI ANDRION
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA

Há seis anos, em abril de 1999, surgiu na internet brasileira uma das primeiras lojas virtuais do país -a livraria Booknet. Era a inauguração do comércio eletrônico nacional. Poucos meses depois, a loja mudou de nome: virou Submarino (www.submarino.com.br) e passou a vender livros, CDs e brinquedos.
No primeiro ano, o faturamento foi da ordem de R$ 1 milhão. No ano passado, chegou a R$ 360 milhões. O crescimento veio apesar das falhas: o projeto inicial, baseado no modelo americano de loja on-line -sem estoque e com fornecedores disponíveis-, revelou-se um fiasco no primeiro Natal do comércio virtual brasileiro.
A empresa mudou sua estratégia. "Seria impossível manter a qualidade do serviço sem ter produtos disponíveis para pronta entrega", conta Flávio Jansen, diretor-presidente da empresa.
Experientes no negócio de varejo, as Lojas Americanas (www.americanas.com.br) chegaram à rede em janeiro de 2000. Já no primeiro ano, faturaram R$ 25 milhões. Em 2004, os números atingiram R$ 434 milhões.
A empresa montou uma equipe que reunia profissionais de lojas convencionais e especialistas em internet. "Juntamos os conhecimentos dos integrantes da equipe e desenvolvemos um modelo muito eficiente", conta Vicente Rezende, gerente da marketing da empresa.
O MercadoLivre (www.mercadolivre.com.br), apontado pelo Ibope/NetRatings como o canal mais acessado do país na categoria comércio eletrônico, funciona de forma diferente. Lançado em 1999, é uma espécie de outlet virtual: cada um abre ali sua lojinha e oferece os produtos mais inusitados a quem visita os corredores on-line.
A venda de livros também deu certo na internet brasileira. Livrarias tradicionais criaram lojas virtuais e oferecem um acervo variado e entrega rápida. As principais são a Cultura (www.livrariacultura.com.br), a Fnac (www.fnac.com.br), a Saraiva (www.saraiva.com.br) e a Siciliano (www.siciliano.com.br).
De 2001 a 2005, o faturamento do comércio eletrônico nacional aumentou cerca de 400%. Os dados são da e-bit (www.e-bit.com.br), que aponta como principais responsáveis pelo resultado o aumento do valor gasto nas compras e do número de transações. O valor médio das compras cresceu 63% no período; o volume de vendas aumentou 254%. O número de consumidores também aumentou: os 700 mil adeptos de 2001 viraram 3,25 milhões em 2005.

Companhias aéreas
Entre os casos de sucesso do comércio eletrônico nacional, um destaque são as companhias aéreas. Pioneira, a Varig (www.varig.com.br) abriu sua loja on-line em 1998. De cara, uma dificuldade teve de ser superada. "Era preciso criar a cultura da compra on-line. Hoje, sete anos depois, ainda há muito receio quanto à segurança. Imagine naquela época", diz a gerente Kátia Monteiro.
Em 1999, foi a vez de a TAM (www.tam.com.br) abrir sua loja virtual. Queria ampliar as opções de canais de vendas para o consumidor final. Hoje, 95% dos bilhetes da companhia são negociados pela internet. Já a Gol (www.voegol.com.br) começou suas operações em 2001. Todo o plano de negócios da empresa foi pensado para a internet. "Nosso negócio é totalmente dependente da web", diz Wilson Maciel Ramos, vice-presidente de planejamento e tecnologia da informação.


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