São Paulo, quarta-feira, 26 de julho de 2000


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MACWORLD
Empresa anuncia estratégias para tentar atrair mais usuários; vendas no trimestre ficam abaixo do esperado
Apple redesenha micro e diminui preços

RODOLFO LUCENA
ENVIADO ESPECIAL A NOVA YORK

A Apple continua sua empreitada para manter o perfil de empresa inovadora, à frente de seu tempo. Se não no conteúdo, pelo menos na forma: apresentou um computador em forma de cubo na Macworld, misto de feira e convescote de fiéis seguidores da marca que aconteceu em Nova York, na semana passada.
Aplaudido dezenas de vezes durante sua palestra na abertura do evento, o presidente da empresa, Steve Jobs, atuou como um verdadeiro homem de vendas ao apresentar seus novos produtos.
Há iMacs -a linha destinada ao usuário doméstico-, inclusive um com preço reduzido, ficando em menos de US$ 800. Há Power Macs -os modelos profissionais- mais poderosos e com os mesmos preços da linha anterior. E há o Cube, modelo totalmente diferente em forma que chega para fazer uma linha intermediária, tentando atrair quem quer mais desempenho que o oferecido pelos iMacs sem pagar o preço dos Power Macs.
Atrair o consumidor é chave para a Apple, que vem conseguindo se manter acima da linha d'água do ponto de vista financeiro, nos últimos dois anos, mas vê sua fatia de mercado se afinar.
Jobs festejou, na sua "showferência", o fato de a empresa ter vendido 3,7 milhões de iMacs, nos dois anos em que o produto está no mercado. Mas não disse que, apesar da popularidade do produto, a presença da Apple vem caindo nos lares norte-americanos. Há hoje 4,6 milhões de famílias com Macs, 5% a menos do que havia em 1996.
"Isso indica que o número de casas abandonando a linha Apple está superando o sucesso de vendas do iMac", avalia Bruce Ryon, vice-presidente da Media Metrix, empresa que realizou a pesquisa.
Jobs também não comentou, durante sua palestra na quarta-feira, os resultados da empresa no último trimestre, que haviam sido anunciados no dia anterior.
Apesar dos lucros de US$ 163 milhões, as vendas ficaram abaixo do esperado pelos analistas do mercado financeiro, totalizando US$ 1,83 bilhão -US$ 70 milhões menos que o previsto. Com entregas de 450 mil máquinas, a empresa vendeu 50 mil iMacs abaixo do que havia previsto. Segundo a Apple, os consumidores se contiveram esperando a nova linha.
Explica-se, assim, a maior agressividade da empresa em preços. A partir de setembro, será possível comprar, nos EUA, um iMac com processador de 350 MHz, 64 Mbytes de memória e disco rígido de 7,5 Gbytes, na nova cor indigo, por US$ 799 -cerca de US$ 50 a menos que o iMac mais barato na CompUSA nesta semana.
Os outros modelos (TV, DV+ e DV Special Edition) também ganham mais recursos que a linha atual, chegam em novas cores e com preços agressivos. Todos estes vêm com o software para edição de vídeo "iMovie 2", um novo teclado -ampliado e com design modificado, na mesma linha de transparências- e um novo mouse -com leitura ótica, como o recentemente lançado pela Microsoft, e formas arredondadas, sem botões.
Na linha profissional, a grande novidade são os dois modelos de maior capacidade, que passam a ter dois processadores G4 de 500 MHz trabalhando em paralelo e oferecendo, segundo a Apple, uma capacidade de processamento equivalente à que teria um Pentium III de 2 GHz (se estivesse disponível). Eles também tentam seduzir pelo preço, ficando com o mesmo custo da geração anterior, de menor performance.


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