São Paulo, quarta, 27 de janeiro de 1999

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Software deve ser dolarizado

da Reportagem Local

Sem acordo com fabricantes sobre uma taxa de câmbio para reposição de estoque, a Ingram Micro, uma das três maiores distribuidoras de informática do país, praticamente parou de negociar com software na semana passada.
Antonio Ladeira, diretor-geral da Ingram, diz que fornecedores que não se protegeram do risco do câmbio não sabiam como definir o preço e os negócios empacaram.
Se os preços dos programas forem reajustados na mesma proporção da desvalorização do real, Ladeira acredita que pode aumentar a pirataria de software.
Para Luiz Rielli, diretor comercial da BraSoft, distribuidora de games, as tabelas de software devem acabar sendo dolarizadas, embora a empresa não tenha alterado seus preços até sexta-feira.
"O consumidor não vai estar disposto a pagar essa conta e nós não podemos trabalhar no vermelho." Por conta desse choque, Rielli acredita que as vendas do segmento devem recuar mais que os 15% de queda registrados em 1998, comparado com o ano anterior.
Daniel Boacnin, presidente da Abes (Associação Brasileira das Empresas de Software), explica que o mercado de software é todo regido em dólar porque os EUA são o maior produtor. E não há economia de escala que justifique a gravação e a embalagem dos programas no Brasil. Assim, até a mídia (disquete ou CD) é importada.
Sobre a possibilidade de aumentar a pirataria, Boacnin diz que a Abes estará vigilante. (LR)



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