São Paulo, quarta-feira, 27 de maio de 2009

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guia da foto digital

Saiba como escolher bem sua câmera

PRIMEIROS PASSOS >> Confira dicas que ajudam a conhecer os mais importantes elementos para selecionar sua máquina

Itsuo Inouye/Associated Press
RESOLUÇÃO0 EM ALTA
Modelo mostra exemplares do novo celular Aquos Shot 933H, da Softbank; sua câmera digital é capaz de produzir fotografias com uma resolução de até 10 Mpixels, o que, até há pouco, era exclusividade das câmeras digitais mais sofisticadas


JOSÉ ANTONIO RAMALHO
COLUNISTA DA FOLHA

Uma boa foto é a somatória de diversos fatores. Estar no lugar certo e na hora certa, saber compor uma imagem e ter um equipamento adequado para aquele tipo de foto. O melhor fotógrafo do mundo não conseguirá fazer um milagre com uma câmera que não oferece os recursos necessários.
Até algum tempo atrás, a quantidade de Mpixels era o principal fator para escolher uma câmera -isso porque boa parte das máquinas oferecia pouca resolução-, o que era especialmente notado quando se imprimia alguma imagem.
Hoje esse não é o fator mais relevante, pois a maioria das câmeras básicas, com seus 5 Mpixels a 8 Mpixels, tem resolução suficiente para ampliações maiores do que as convencionais 10x15 cm ou 13x18 cm.
Mais vale ter uma câmera com menos Mpixels e mais recursos fotográficos -um zoom mais potente ou um conjunto ótico melhor- do que uma câmera com muitos Mpixels sem esses recursos.
Hoje eu ressalto a qualidade das lentes, a sensibilidade da câmera à luz (ISO) e a velocidade de disparo como principais fatores de seleção.

Categorias
Conforme o mercado a que se destina, a câmera digital pode ser básica, semiprofissional ou profissional. Essa categorização fica cada vez mais difícil, pois as câmeras mais simples de hoje possuem recursos que só eram encontrados nas máquinas topo de linha de dois anos atrás. Esse é o caso do reconhecimento de face, em que a câmera avalia a cena e, identificando pessoas, coloca o foco no rosto daquela que estiver mais próxima.
Uma tendência é a incorporação de recursos de GPS na câmera, que vai facilitar a localização da foto quando ela é enviada para sites como Flickr ou Picasa. Da mesma forma, recursos Wi-Fi deverão se tornar comuns, permitindo a transferência das fotos para um site sem a necessidade de computador ou cabos.

Recursos
As câmeras básicas, em sua maioria, são aquelas pequenas que cabem num bolso e que limitam o zoom ótico a três ou quatro vezes. Elas não costumam ter modo manual, mas oferecem grande facilidade de uso. Sua faixa de preço fica abaixo de R$ 1.000.
As câmeras semiprofissionais oferecem mais recursos para a captura de imagens, como os modos automático, semiautomático e manual.
O zoom ótico já é bem mais poderoso -em geral, em torno de dez vezes, sendo que alguns modelos chegam a mais de 20 vezes. Sua faixa de preço varia entre R$ 1.000 e R$ 3.500.
As câmeras profissionais, além de permitirem a troca de lentes, oferecem alta sensibilidade à luz, com ISO de até 3.200. São rápidas e respondem instantaneamente ao clique. Possuem muita precisão no foco. Bem acabadas, resistentes e totalmente configuráveis, custam a partir de R$ 3.000.
Algumas máquinas possuem menus complicados para ajustar os recursos do aparelho, enquanto outras fazem tudo com o pressionar de alguns botões.
Ao escolher uma câmera digital, o leitor irá encontrar muitos modelos com recursos extremamente parecidos. Aí entra o gosto pessoal. Uma sugestão é segurar a câmera e sentir seu peso e dimensões. Se possível, faça algumas fotos antes de tomar a decisão.

Velocidade e luz
As câmeras básicas são máquinas "lentas" para a captura de imagem. Algumas demoram alguns segundos entre o clique, a gravação da imagem no cartão e a possibilidade de novo clique. Fotografar crianças brincando, animais ou esportes é bem complicado se você tiver esse tipo de câmera.
Fotos noturnas ou com pouca luz são um dos pontos que mais causam fotos perdidas. Quanto maior for a sensibilidade da câmera à luz, expressa por meio de um recurso que se chama ISO, melhores serão as fotos nessa situação. As câmeras básicas normalmente chegam até ISO 400; as mais avançadas, até ISO 3.200.
Por outro lado, muita luz também é um problema. As câmeras básicas, em sua maioria, possuem apenas o visor de LCD para você olhar e enquadrar a cena. Sob luz do sol, fica quase impossível ver alguma coisa. Os modelos intermediários também possuem o visor ótico convencional, que eliminam esse problema, ou um visor LCD móvel, que pode ser girado e posicionado de forma a permitir uma melhor visualização.

Zoom
A maioria das câmeras possui dois tipos de zoom, ótico e digital. O que realmente importa para a qualidade da imagem é o zoom ótico, que literalmente aproxima o objeto e mantém a qualidade inalterada.
O zoom digital apenas amplia a imagem através de um software interno, mas provoca uma grande perda de qualidade. Desconsidere totalmente o zoom digital como fator de seleção de uma câmera. Às vezes uma câmera com muitos recursos pode ter um zoom pequeno. Considere isso conforme o tipo de foto que costuma tirar.

Cartões de memória
O formato do cartão utilizado não influencia a qualidade da foto. Em termos de preço, os cartões Compact Flash ou SD tendem a ser mais baratos, enquanto os formatos Memory Stick, usados em câmeras digitais da Sony, ou os xD, usados nas Olympus, são mais caros.

Baterias
As câmeras básicas e semiprofissionais podem usar pilhas recarregáveis no formato AA ou baterias proprietárias. As pilhas AA são muito fáceis de achar, o que possibilita ao usuário ter alguns jogos de reserva. Já as baterias proprietárias, além de exigirem um carregador próprio, são caras e difíceis de encontrar.


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