RODRIGO RIMON
da Reportagem Local

As grandes gravadoras já estão tomando providências para explorar o potencial do MP3, formato de áudio que caiu nas graças dos internautas.
Com o mesmo propósito, a Universal, uma das cinco maiores gravadoras do mundo, criou a divisão e-Cat.
"Assim que tivermos um padrão seguro para nossas músicas, seguiremos rumo a esse novo mundo", disse Kirk Bonin, vice-presidente de marketing e de desenvolvimento artístico do braço musical da companhia. A seguir, trechos da entrevista.

Folha - Como o MP3 afeta os consumidores e a indústria?
Kirk Bonin - O medo do desconhecido que existia na indústria americana havia cerca de um ano foi rapidamente explorado como um negócio. A nova tecnologia disponível é muito excitante. Vejo com bons olhos a oportunidade de ter à disposição um grande volume de obras de catálogo antes não disponíveis devido a problemas de estoque. Além disso, é uma vitória para o consumidor, que passa a testar novos músicos, podendo levar a um aumento nas vendas de ingressos de shows e de produtos de merchandising.

Folha - A Universal venderá música em quiosques digitais, como a Sony anunciou recentemente? Quais a vantagens dessa prática?
Bonin - Estamos negociando com várias empresas sobre os quiosques. O primeiro passo será instalá-los em nossos parques temáticos e em outras propriedades da Universal. Colocá-los em lojas de discos também é um passo importante. Todas as gravadoras americanas estão tentando ser eficientes nesse sentido. O anúncio da Sony não é diferente da parceria que anunciamos com a BMG para fazer o GetMusic.com (www.getmusic.com).

Folha - Você acredita que o MP3 afeta os direitos do artista?
Bonin - Sem dúvida. Estamos trabalhando para criar um padrão seguro, que deve estar pronto até o final do ano. Criamos uma divisão apenas para esse propósito, a e-Cat. Mesmo assim, ainda levará três horas para transferir um álbum inteiro para o micro.

Folha - E quanto aos problemas com o grupo de rap Public Enemy, que colocou o disco antes na Internet?
Bonin - É muito difícil controlar. Eles tinham permissão do selo Island/Def Jam para fazer isso. Como as vendas de seus discos estavam caindo, a Internet era um bom canal para explorar.


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