|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
MULTIMÍDIA
Segundo a Philips, que co-inventou o CD, tecnologia usada contra pirataria musical é ruim
Empresa critica sistema anticópias
DA REDAÇÃO
Para tentar dificultar a pirataria
de músicas na internet, cinco
grandes gravadoras -BMG, Universal, Sony, EMI e Warner- estão testando CDs de áudio com
sistemas anticópia, que impedem
a reprodução dos discos no PC ou
dificultam sua transformação em
arquivos do formato MP3, usado
na troca de canções pela rede.
Mas a tecnologia antipirataria
adotada pela indústria fonográfica é criticada pela multinacional
holandesa Philips, que em 1978
desenvolveu o CD em parceria
com a japonesa Sony.
"O que nós temos visto é problemático. Nós nos preocupamos, pois achamos que as gravadoras não sabem o que estão fazendo", afirma Gerry Wirtz, gerente do departamento de licenciamento da Philips que administra a marca CD (Compact Disc).
Os sistemas anticópia adotam
duas estratégias para proteger um
disco: a introdução de erros matemáticos que geram distorção sonora ou alterações na estrutura de
gravação dos dados digitais.
Segundo empresas como a Macrovision (www.macrovision.com/solutions/newtech/safeaudio.php3) e a Midbar (www.midbartech.com/cactus.html),
que desenvolveram os sistemas,
os subterfúgios antipirataria impedem que os discos protegidos
sejam ouvidos e copiados em PCs,
mas não afetam sua execução nos
toca-CDs comuns, que seriam capazes de corrigir defeitos e modificações intencionais.
O gerente da Philips se preocupa com a compatibilidade do sistema: "É extremamente difícil introduzir proteção anticópia sem
perder a capacidade de ouvir
qualquer CD em qualquer toca-discos", afirma Wirtz. Para ele, as
gravadoras não poderiam identificar os novos discos como sendo
CDs: "Elas precisam indicar ao
consumidor que ele está comprando algo diferente".
O álbum "White Lilies Island",
que foi um dos primeiros títulos
da BMG a trazer um sistema antipirataria, foi devolvido às lojas
por vários consumidores ingleses
que não conseguiram ouvi-lo em
seus toca-CDs. A trilha sonora
"More Fast and the Furious", que
foi lançada nos EUA pela Universal, trouxe um rótulo avisando o
comprador de que o disco poderia não tocar em alguns aparelhos.
Como o padrão Compact Disc
foi inventado há mais de 20 anos e
existem diversos modelos de toca-discos digitais no mercado, é
previsível que haja conflitos imediatos. Além disso, Wirtz se preocupa com as consequências a longo prazo: "Nós tememos que alguns desses discos funcionem
quando novos, mas acabem apresentando problemas depois".
Em tese, isso poderia ocorrer
porque os erros digitais introduzidos pelos sistemas anticópia
forçam os circuitos de correção
matemática presentes nos toca-CDs. Se o disco for riscado ou tiver sua superfície desgastada, a
correção de erros poderia ser insuficiente para recuperar os dados originais, já que a distorção
proposital se somaria àquela causada pelos danos naturais. As gravadoras não quiseram comentar
o assunto.
Segundo a Apdif (Associação
Protetora dos Direitos Intelectuais Fonográficos), os sistemas
anticópia ainda não estão presentes em CDs vendidos no Brasil.
Intervalo
Nos EUA, as cinco gravadoras
pediram uma pausa de 30 dias no
processo que movem contra a
Napster, que criou um programa
para troca de arquivos MP3 e é
acusada de pirataria. O julgamento será retomado em fevereiro.
Com agências internacionais
Texto Anterior: Teste USP: Delphi agora tem mais eficiência Próximo Texto: Futebol inglês é transmitido via rede Índice
|