da Redação

O sonho da casa própria quase sempre está associado ao desejo de sair do aluguel. O pensamento corrente é que pagar aluguel é jogar dinheiro fora. Raciocínio correto? Não, diz o diretor de crédito imobiliário do Bradesco, o maior banco privado do país, Osvaldo Corrêa Fonseca.
Se você está pensando em financiar um imóvel para se livrar do aluguel, aconselha, informe-se sobre o custo financeiro da operação, pegue a calculadora e comece a fazer contas. Uma coisa já é possível antecipar: o risco de você perder mais dinheiro no financiamento é maior.
Na melhor das hipóteses, avalia Fonseca, fazer essa opção é o mesmo que trocar seis por meia dúzia. Dinheiro jogado fora são os encargos pagos por conta dos juros do financiamento, que, muitas vezes, superam o valor do aluguel.
Assim, se esse for o caso, esqueça o financiamento. "Nessa situação, a pessoa nunca deveria entrar numa dívida imobiliária", diz Fonseca, "sob o risco de jogar ainda mais dinheiro fora".
"Um imóvel financiado não é um investimento", diz Ilona Beer, superintendente da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança.
"O imóvel se deprecia e a dívida aumenta; melhor é aplicar o dinheiro no mercado financeiro e comprar à vista, em bem menos tempo", diz ela.

Financiamento
De qualquer forma, àqueles que querem mesmo financiar um imóvel -como os quase 40 mil que o fizeram no ano passado- os agentes financeiros recomendam não emprestar um montante superior a 12 vezes sua renda bruta mensal nem comprometer com as prestações mais do que 20% de sua renda.
Confira, na tabela ao lado, as condições do financiamento dentro das normas do SFH.
"É preciso entrar com folga no financiamento, pois as prestações são corrigidas mensalmente e os salários, não", diz Fonseca.
Fuja também da tentação de dar um passo maior que a perna. "Se o sujeito só tem condições de comprar um Fusquinha, não deve partir para um Omega; no meio do caminho, ele corre o risco de ficar a pé", afirma Fonseca.


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