São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998

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CARTEIRA LIVRE
Administradores reduzem número de papéis para enfrentar as fortes oscilações de preços das ações
Como os fundos reagem à queda da Bolsa

da Redação

Sair da Bolsa neste momento, para muitos analistas, seria um erro porque as empresas estão muito baratas. Para quem tem aplicações em fundos de ações ou carteira livre, a recomendação é a mesma: se não for precisar do dinheiro no curto prazo, aguarde a retomada da alta para se desfazer das ações.
Os administradores de fundos carteira livre estão reduzindo o número de ações em suas carteiras, para tentar minimizar os efeitos da crise sobre a rentabilidade das aplicações.
O fundo Unibanco Strategy, hoje, investe em apenas oito papéis. É o que melhor vem atravessando o período turbulento da crise, deflagrada em julho do ano passado na Ásia, entre os seis fundos carteira livre de grandes bancos varejistas avaliados pelo Folhainvest, com base nos dados fornecidos pelo sistema Master Tracker de acompanhamento de fundos.
Quem aplicou R$ 100 no fundo, no final de julho do ano passado, teria resgatado no último dia 4 de setembro, R$ 45,86. Se tivesse optado pelo Bradesco Carteira Livre Fácil (o que teve pior desempenho no período), o cotista teria resgatado R$ 36 (veja tabela ao lado).

Bolsa

O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo), que teve alta de 13,4% na última sexta-feira, deverá se manter volátil ainda por um longo tempo.
Nesta semana, as atenções dos investidores estarão voltadas para o nível das reservas cambiais e a confirmação ou não da ajuda internacional ao país, boato surgido na última sexta-feira, que serviu de combustível para os negócios com ações.
Se o boato não se confirmar, nesta segunda-feira a Bolsa poderá voltar a experimentar movimentos de queda. Se, ao contrário, novas notícias surgirem e estas conseguirem reverter as expectativas dos investidores, a Bolsa poderá passar por uma nova rodada de alta na cotação das ações.
Mas os analistas não trabalham com a hipótese de altas tão acentuadas como a registrada na última sexta-feira.

Oscilação
Poucos analistas acreditam na confirmação da ajuda internacional e, ainda assim, são muitos os que consideram insuficiente o pacote de US$ 40 bilhões que viria para a América Latina (veja texto na pág. 2-8).
Na quinta-feira, a Bolsa viveu um dos piores dias de todos os tempos. Os negócios no pregão foram interrompidos duas vezes - quando as perdas atingiram 10% e quando chegaram a 15%. Era natural que, no dia seguinte, houvesse alguma reação. A Bolsa, ainda assim, abriu em queda, na sexta-feira, de 4%.



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