São Paulo, segunda, 14 de setembro de 1998 |
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice Cheque seu investimento
da Redação
A situação é conturbada, mas requer tranquilidade. Precipitar-se,
neste momento, é arricar-se a perder dinheiro. Saiba quais os riscos
das aplicações e avalie as perdas
que você acumulou até agora (veja
gráficos ao lado) e, só então, comece a analisar se é vantajoso migrar de um investimento para outro.
A caderneta de poupança é um investimento próprio para o pequeno aplicador. Trata-se de uma opção
conservadora, mas de baixa rentabilidade no longo
prazo. Quem buscou a poupança na crise de outubro
teve uma perda de 5% em relação à variação dos fundos DI (já descontado o IR) até a última sexta-feira. A
poupança é garantida pelo FGC (Fundo Garantidor de
Crédito) até o limite de R$ 20 mil (incluídos os depósitos totais do correntista). Acima desse valor, o investidor corre risco de crédito do banco. CDI
O CDI (Certificado de Depósito Interbancário) é a
vedete desta crise, porque acompanha as taxas de juro
diárias. A forma mais eficiente de entrar nesse mercado é aplicar em cotas de fundos de renda fixa FIF DI 60
dias. Os fundos de 60 dias não precisam recolher o
compulsório de 5% ao Banco Central, obrigatório para os FIF DI de 30 dias. Assim, são mais interessantes.
São aplicações conservadoras, principalmente os fundos que têm em carteira apenas títulos públicos federais atrelados à variação do CDI.
O Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo) acumula no ano uma perda de 47%. Na última
quinta-feira, as perdas chegaram a ultrapassar os
60%, mas o índice reagiu, na sexta-feira, e apresentou
uma alta de 13,40%. É uma aplicação de altíssima voltagem neste momento. Como as ações estão baratas,
pode ser uma opção de investimento para os mais
agressivos, mas apenas para quem tem dinheiro disponível a longo prazo, pois as previsões são de que a
Bolsa vai demorar a se recuperar.
A crise ajudou a recuperar o preço do ouro. O metal
acumula uma valorização de 6,37% neste mês, acompanhando a cotação do dólar no mercado paralelo.
Em 12 meses, contudo, o ouro acumula uma perda de
0,5%. Nos últimos anos, esse investimento que vem
perdendo o brilho consistentemente, não apenas no
Brasil, mas mundialmente. Do início do Plano Real,
em julho de 94, até a última sexta-feira, o ouro acumula uma perda de 0,65%. Em 97, o metal apresentou
uma queda de 14,6%.
Quem está com aplicações em CDBs (Certificados
de Depósitos Bancários) acumula, no ano, um ganho
médio de 16,9%. Trata-se de uma aplicação prefixada,
cujo principal risco é o da própria instituição emissora do papel. Se um banco oferece uma taxa de CDB
muito acima da média do mercado, isso pode estar
refletindo o risco de o pagamento do papel não ser
honrado. Na última sexta-feira, as taxas de CDB de
bancos de primeira linha variavam de 23% a 31% (variação depende do volume da aplicação).
O dólar chegou a ser negociado no mercado paralelo, na
última sexta-feira, com um ágio de 12,81% em relação ao
dólar comercial. Por conta da expectativa de que o governo
seja, mais cedo ou mais tarde, forçado a promover uma desvalorização cambial, está havendo uma corrida à moeda.
Neste mês, o dólar no mercado paralelo acumula uma alta
de 6,3%; no ano, a moeda no black acumula valorização de
10,3%. Se o movimento de saída de capitais do país se mantiver nas próximas semanas, o black pode continuar a se
valorizar. |
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