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Esse investimento é recomendado por ser alternativa em crises
Redutor da TR pode afetar sua aplicação em CDBs
da Reportagem Local
Para quem dispõe de mais de R$ 10 mil para investir, os analistas recomendam os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), por considerá-los uma das aplicações mais resistentes a chuvas e trovoadas.
"Essa é a melhor aplicação em tempos de instabilidade econômica", diz Sérgio Roberto Aum Filho, gerente da mesa de operações da corretora Socopa.
Segundo ele, o principal risco dos CDBs é o banco emissor do papel quebrar. "Por isso, o investidor deve comprar sempre papéis dos grandes bancos nacionais e estrangeiros", diz. "O risco dessas instituições é baixo."
Antes de optar por CDBs, entretanto, observe alguns detalhes sutis dessa aplicação, que, muitas vezes, escapam ao investidor e que podem gerar decepções. Claudiomá Pereira Borges, 34 anos, de Goiânia, experimentou tal sensação no ano passado.
No dia 10 de outubro, ele investiu R$ 52 mil em CDBs do Banco do Estado de Goiás, por 120 dias, com taxa de juro pós-fixada. "Achei que poderia ganhar mais, pois, enquanto os prefixados têm uma taxa de juro fixa, nos pós-fixados é possível negociá-la", diz Borges.
A rentabilidade dos CDBs pós-fixados é dada pela TR (Taxa Referencial) ou pelo IGP-M (Índice Geral de Preços de Mercado) mais uma taxa anual de juros negociada. "Optei pela TR mais 13% ao ano." A TR é calculada pela taxa média de juros dos CDBs prefixados paga pelo mercado nos últimos cinco dias úteis do mês anterior ao de referência.
A operação, no entanto, embutia um risco que Borges só descobriu uma semana após ter aplicado seu dinheiro. Todos os meses, o governo aplica um redutor à TR.
Quando as taxas de juro sobem, esse redutor aumenta. Como ela corrige as prestações do SFH (Sistema Financeiro da Habitação), o ajuste é feito para evitar inadimplência.
Uma semana após Borges ter feito a aplicação, a crise russa respingou no país e o governo elevou os juros da economia e aumentou o redutor da TR.
Resultado: o CDB pós-fixado acabou rendendo menos que o prefixado. "Tive de amargar 110 dias com rentabilidade menor do que esperava", lamenta Borges.
Naquele período, enquanto a aplicação de Borges rendia 1,3% líquidos, ao mês, o CDB prefixado do mesmo banco pagava 1,8%. "Foi frustrante."
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